Goiânia debaixo d’água (final): drenagem e clima não estão na agenda dos prefeitáveis

28 janeiro 2024 às 00h01

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Em fevereiro de 2023, portanto há quase um ano, uma pesquisa do DataSenado colocava a saúde como a maior preocupação dos brasileiros. Pelo levantamento, 26% dos pesquisados – ou mais de um quarto – tinha esse tema como o de maior prioridade. Por ordem de quantidade de citação, os demais temas foram corrupção (17%); educação (15%); custo de vida (14%); emprego (11%); segurança pública (também com 11%); e outros tópicos, somando estes, ao todo, 3%.
Já no fim do ano passado, outro levantamento com a mesma pauta, desta vez do Datafolha, teve também a saúde como líder do ranking de preocupações, como principal problema do País para 23%. Segurança, violência e educação vieram empatadas em 2º lugar, com 10%; a seguir, corrupção (8%), fome/miséria (7%), desemprego (7%), economia (6%) e gestão do governo (4%). Com 2%, políticas públicas, área social e inflação. Na lanterna? O meio ambiente, marcando 1%.
Para este texto, importa mais o fim da lista do que o topo: é lá que está a questão ambiental, implícita – como no primeiro caso – ou explicitamente – como no segundo –, e mostrando um quadro nada amigável para que a matéria ganhe a prioridade devida. O meio ambiente acaba como “patinho feio” e, obviamente, seus subtemas, como a drenagem urbana e as mudanças climáticas em Goiânia, que o Jornal Opção traz em série de reportagens especiais a ser encerrada nesta edição.
Agora, no fechamento desta sequência, o material está voltado ao destino colocado diante da população goianiense num futuro próximo: as eleições municipais de outubro e quais as prioridades das políticas públicas que deverão estar em debate. Será que, de alguma forma, as preocupações daqueles que serão os candidatos refletem o mesmo sentimento das pesquisas? Ou haveria, na cabeça dos postulantes, alguma brecha para assuntos não tão populares, mas necessários e urgentes, como o que estamos tratando?
Para tentar resolver essa dúvida, a reportagem elaborou uma pergunta bem simples, embora abrangente: “Quais os três temas que devem ser prioritários para quem for prefeita/o de Goiânia nos próximos quatro anos?”. Ela foi encaminhada para todos os políticos que estão com seus nomes colocados para a disputa na capital, que ainda está no período de pré-campanha. Até o momento, são sete os postulantes a candidatos: Adriana Accorsi (PT), Bruno Peixoto (UB), Fábio Tokarski (PcdoB); Gustavo Gayer (PL); Leonardo Rizzo (Novo); Rogério Cruz (Republicanos); e Vanderlan Cardoso (PSD).
É preciso observar que a forma de elaborar a questão em si já pode trazer alguma reação, de acordo com quem for responder. Por mais neutro que seja o enunciado, na política nem sempre as coisas são tão objetivas e que as prioridades são dinâmicas: a pandemia de 2020 é um exemplo literalmente global disso, mas também toda cidade, por vezes, é obrigada a encarar desafios que não estavam previstos pela gestão da ocasião em seu programa de governo.
Cinco dos sete pré-candidatos responderam às questões. É um tanto lamentável que, diante de uma questão aberta e sem qualquer viés, alguns nomes importantes que se colocam como postulantes ao próximo mandato à frente da cidade não tenham querido dar resposta à pergunta. Um é o prefeito Rogério Cruz, que teve a iniciativa de determinar a elaboração de um inédito Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN) – o que pode ser o grande legado de sua gestão – e de quem a reportagem primeiramente teve um sinal positivo, por meio de sua assessoria, mas a qual, ainda na quinta-feira, 25, sinalizou de volta que ele não responderia. Outro é o deputado federal Gustavo Gayer, o segundo mais votado do Estado, que também não quis participar da minienquete.
Como critério para análise, caso tenham sido citados mais de três temas, a reportagem optou pela ordem de aparição na resposta.
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Adriana Accorsi (PT)

A deputada federal Adriana Accorsi é uma pré-candidata apenas esperando a convenção para ser oficializada. Já está escolhida pelo partido desde meados do semestre passado e chega ao pleito como uma das principais figuras, depois de ter disputado a Prefeitura de Goiânia em 2016 e 2020 e ter sido relativamente bem votada. Ela considera que a cidade passa por uma “situação de abandono muito grande” e que serão muitas ações necessárias para retomar a qualidade de vida e o desenvolvimento. “Precisa ter coragem e conhecimento”, completa.
Para ela, mobilidade e transporte público “de alta qualidade” são algo urgente. Ela quer combinar melhoria no conforto dos ônibus com tarifa zero e também a volta da atenção às ciclovias, marca do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), seu correligionário, morto em 2017. “Também é necessária a prioridade urgente à saúde de forma geral”, diz a parlamentar, que vê “sucateamento” em toda a cidade em relação a atenção básica, especialidades médicas e maternidades. “Isso impacta diretamente na mortalidade materna e infantil. Precisamos valorizar os servidores e investir na saúde da família para prevenção e, em especial, com crianças e idosos.”
Adriana colocou também a manutenção da cidade – “limpeza, manutenção de parques, praças iluminação etc.” – como prioridade. “Mas, claro, precisamos investir muito em educação tanto nas trabalhadoras e trabalhares como mais vagas em Cmeis e estrutura nas escolas, bem como cuidar do meio ambiente, nascentes e da recuperação do Rio Meia Ponte, atendo-se também a educação ambiental para as crianças”, finaliza.
Segundo os critérios estabelecidos, portanto, a pré-candidata do PT citou como suas três maiores áreas de preocupação para uma eventual gestão os seguintes temas: mobilidade e transporte; saúde; e limpeza e manutenção do espaço público.
Bruno Peixoto (UB)

Assim como Adriana Accorsi, o deputado estadual e presidente da Assembleia, Bruno Peixoto, citou uma série de itens que lhe chamam a atenção em seu olhar para a cidade. “Tenho 24 anos de vida pública e amo Goiânia como ninguém, posso falar de todos os problemas porque eu os vivo”, diz.
Mas Bruno começou falando de educação. “Temos de zerar a fila em relação a vagas dos Cmeis e adotar escolas em tempo integral”, disse, dando a entender que a parte do ensino infantil e fundamental afeta à Prefeitura seria uma grande prioridade.
A seguir ele deixou claro que pretender melhorar o trânsito com a implantação e, principalmente, a conclusão de várias obras viárias. “Precisamos de mais viadutos e pontos para fazer o tráfego fluir”, delineia, exemplificando ainda que pretende dar andamento à conclusão da Marginal Cascavel e da Avenida Leste-Oeste, bem como completar o Anel Viário de Goiânia e estender a Goiás Norte até o limiar da região noroeste. “A onda verde inteligente nos semáforos também é fundamental”, disse.
Em termos de saúde, o presidente da Assembleia é ambicioso: “Quero que os Cais se transformem praticamente em hospitais, com atendimento de médicos 24 horas por dia, várias especialidades também diuturnamente, além de centros de imagens nas unidades”, citou.
Ainda fizeram parte do cardápio de atenção para Goiânia a questão da segurança – “fortalecer a guarda municipal e também ter monitoramento inteligente, sempre em sintonia com a Polícia Militar – e o transporte, este com uma ideia que remete aos anos 80: a volta da discussão de um metrô de superfície para a capital, além de outras tecnologias como modais. A administração municipal também foi citada: “É preciso que o cidadão possa acessar os documentos da Prefeitura e resolver toda a papelada totalmente de maneira de remota, reduzindo os prazos de resolução dos processos”, disse Bruno Peixoto.
Fábio Tokarski (PCdoB)

Ex-vereador de Goiânia e ex-deputado estadual, o professor Fábio Tokarski foi apresentado recentemente como pré-candidato do PcdoB à Prefeitura. Ele número de 1 a 3 os tópicos prioritários, na seguinte ordem: desenvolvimento; política de cuidados; e democracia.
“É preciso transformar Goiânia em uma capital desenvolvida, sustentável, com economia mais diversificada, que gere empregos de qualidade, tenha foco na nova industrialização, na transição energética, baseada em energia verde, pensando estrategicamente a potencialidade de olho no centenário da cidade”, explicou Tokarski, para resumir o primeiro item, de olho em 2033, quando a cidade fará 100 anos.
Mas o que seria “política de cuidados”: “Equidade no acesso a pessoas que requerem cuidados específicos, como os idosos, a infância e juventude, as pessoas com deficiência e cuidadores; também a promoção da participação social no cuidado, e o estímulo à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias para o cuidado. Incentivar o bem-estar e a qualidade de vida de todos.”
Em relação à democracia, o ex-parlamentar coloca que a cidade deve ser “para todos”, no que se refere ao acesso e ao usufruto dos bens e serviços públicos. “É preciso desenvolver a cultura do respeito às diferentes opiniões na convivência social”, afirmou.
Jânio Darrot (MDB)

Cada vez mais perto de ser oficializado como pré-candidato da base aliada ao governador Ronaldo Caiado (UB), o emedebista Jânio Darrot primeiramente busca se referir ao papel de gestor como necessário para uma boa administração. “É preciso ter planejamento e capacidade para executar as ações programadas”, afirmou o ex-prefeito de Trindade. A experiência em gestão é o que o tem colocado como favorito à vaga entre os governistas.
Jânio foi bastante objetivo ao citar seus temas prioritários: saúde, educação e infraestrutura. Também colocou a necessidade de fazer funcionar de maneira eficiente os serviços básicos – “limpeza, roçagem, paisagismo, coleta de lixo, manutenção, iluminação” –, de ter atenção à mobilidade e ao transporte público e de dar o direito ao lazer da população, com uma “cidade bonita, confortável e com parques e praças esportivas em perfeito estado”.
Em seguida, delineou o que pensa sobre cada uma das prioridades para cada área. Saúde: “Atenção básica, PSF [Programa de Saúde da Família], Cais funcionando bem em todas as regiões, incrementação de hospitais municipais”, citou. Para a educação, atenção redobrada aos centros de educação infantil (Cmeis), “que são a base da educação”. E na área da infraestrutura, “asfalto, manutenção de ruas e avenidas”.
Leonardo Rizzo (Novo)

Como pré-candidato a prefeito pelo Novo, “um partido que enfatiza a qualidade na gestão em prol de facilitar e melhorar a vida do cidadão”, o empresário Leonardo Rizzo colocou educação, infraestrutura/limpeza urbana e saúde, como as três principais propostas para Goiânia.
Para ele, “a educação, especialmente na primeira infância, é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças”. Referindo-se ao déficit “significativo” de vagas na educação infantil, ele pretende criar 7 mil novas matrículas. “As escolas devem ser espaços onde as crianças não apenas são cuidadas, mas também recebem educação que fomente seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social.”
O empresário coloca infraestrutura e limpeza urbana como “vitais” para garantir uma cidade mais habitável e sustentável. Coleta de lixo eficaz e gestão de resíduos mantêm a cidade limpa e reduzem o impacto ambiental. Uma infraestrutura bem planejada é essencial para o desenvolvimento e a qualidade de vida. Isso inclui também a manutenção de vias, parques e espaços públicos, bem como o planejamento urbano de maneira sustentável”, argumentou Rizzo.
O pré-candidato do Novo diz que a saúde em Goiânia enfrenta graves desafios, com deficiências na atenção básica e baixo desempenho nos rankings. “A cidade ocupa as posições 297 e 296 em acesso e qualidade da saúde, respectivamente, entre 410 municípios avaliados”, exemplifica. Para melhorar, segundo ele, é essencial atenção à prevenção, o que trará redução de custos com tratamentos e internações. “Isso requer a ampliação da cobertura dos programas de atenção primária e tecnologia para melhorar a cobertura vacinal”. Leonardo Rizzo também vê “problemas significativos” com a gestão da saúde na cidade, incluindo greves em maternidades por atraso em pagamentos do Instituto de Assistência dos Funcionários Municipais (Imas). É preciso retomar a credibilidade do Imas e reformular sua gestão, excluindo influências políticas, para melhorar a assistência à saúde dos servidores municipais”, conclui.
Vanderlan Cardoso (PSD)

Vanderlan Cardoso é experiente em relação ao tema “prefeitura”: sua administração em Senador Canedo marcou a cidade e, nas duas últimas eleições municipais, também se apresentou como candidato na capital, chegando em ambas ao segundo turno. “Goiânia precisa de um gestor com experiência e que saiba planejar a cidade para as próximas décadas”, afirma. Seu discurso e suas prioridades, como ele mesmo ressalta, seguem as mesmas, “porque os problemas são os mesmos”, como disse em entrevista recente ao Jornal Opção: polos de desenvolvimento, descentralização da gestão e mobilidade e transporte público.
“É preciso criar os polos de desenvolvimento para recuperar o que Goiânia perdeu no passado, quando tomaram a decisão equivocada de afastar as empresas da capital”, diz, resumindo sua primeira prioridade. “Goiânia tem vocação para polos – de confecção, moveleiros, calçadistas, e muitos outros que perderam espaço na capital e foram atraídos para as cidades próximas”, realça, citando o polo moveleiro de Senador Canedo, que implantou como prefeito. Para ele está nos polos a solução para aumentar receita sem aumentar impostos para a população.
Sobre descentralização da gestão, o que também já trouxe como plataforma em outros pleitos, o senador ressalta que Goiânia cresceu muito e que não é mais saudável para a administração manter tudo centralizado. “Regiões mais afastadas sofrem com problemas básicos porque a prefeitura não consegue levar atendimento rápido para o cidadão. Por isso volto a defender a divisão de Goiânia em zonas administrativas”. Para ele, dessa forma será possível resolver diversos problemas mais rapidamente, como a “falta de drenagem pluvial”. “Isso está deixando muitos bairros alagados nos dias de chuva, vias com estrangulamento nos cruzamentos, como acontece em vários pontos da cidade.” Vanderlan citou particularmente o viaduto das avenidas Castelo Branco com Bandeirantes, na saída para Goianira, “construído com graves erros de projeto”. E foi assim que Vanderlan Cardoso se tornou o único entre os pré-candidatos a citar nominalmente a questão da drenagem urbana, ainda que como um subtema.
O último tópico foi a questão da mobilidade e do transporte coletivo. “Goiânia convive há muitos anos com o caos nessa área e já estão tornando natural o sofrimento que os usuários enfrentam todos os dias. Medidas emergenciais precisam ser tomadas”, afirma, ressaltando a necessidade de “planejamento em longo prazo, envolvendo diversos modais”. Por fim, deixou uma espécie de recado: “Cuidar da limpeza da cidade, do lixo, da iluminação, do asfalto, da saúde e da educação é função básica de qualquer gestor, e isso deve ser feito do primeiro ao último dia da administração”, arrematou o senador.
ANÁLISE
O preocupante silêncio dos postulantes à Prefeitura sobre as emergências ambientais
Ao elaborar a terceira e última parte da série Goiânia debaixo d’água, desde o começo a ideia era procurar políticos para tratar de políticas públicas para a cidade. Com uma tese já engavetada: apesar de a cidade estar no meio da estação chuvosa, o tema da drenagem urbana, se aparecesse, seria de forma muito pontual. Menos mal que houve uma citação direta, do senador Vanderlan Cardoso (PSD), o que é muito pouco se for levado em consideração que houve duas tempestades atípicas sobre a cidade em pouco mais de um mês. Adriana Accorsi, Fábio Tokarski, Jânio Darrot e Leonardo Rizzo fizeram algum alinhamento com itens da pauta ambiental, mas não diretamente sobre o foco. E o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN) acabou ignorado por todos.
Deu-se, ao fim, uma denúncia pelo que não foi dito: ora, se há um problema sério, com o qual a Prefeitura está gastando mais de R$ 6 milhões para a elaboração de um plano que traga diretrizes para minimizá-lo, ele não poderia passar em branco pelas vistas de quem quer administrar a cidade.
O resultado da minienquete promovida, somado às pesquisas sobre o que a população brasileira estabelece como preocupações prioritárias, comprova que o tema – demasiado técnico e com solução onerosa, como admite a equipe da Universidade Federal de Goiás (UFG) que coordena o PDDU-GYN – não atrai nem eleitores nem candidatos. Mais: que só será tratado se houver, por parte de quem ocupar a cadeira principal do Paço a partir do ano que vem, uma superação da cartilha eleitoral e pensamento de longo prazo, que ultrapasse os limites do próprio mandato.
Questionado sobre o que faz com que questões emergenciais passem longe de ser citadas tanto por políticos como por cidadãos, o professor e cientista político Germano Araújo Coelho, da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) da UFG, alude à “formação das preferências” dos sujeitos. “Há uma série de barreiras que limita como essas preferências são formadas”, explica. “Geralmente, quando tem de responder algum questionário, a pessoa vai pensar no que lhe afeta diretamente. O meio ambiente e os efeitos do clima geralmente não despertam tanta atenção, infelizmente.”.

Goiânia tem condições de implantar um sistema eficiente de drenagem que alivie transtornos e evite tragédias
Como saneamento, reflorestamento e reconstituição de nascentes e áreas de preservação permanente, pautas que lhe são primas-irmãs dentro do escopo do meio ambiente, drenagem urbana é algo que não dá boa relação custo-benefício para o político que pensa apenas em eleições – uma parcela indiscutivelmente majoritária da classe.
A solução talvez esteja na mobilização da sociedade civil, como apontou a nova presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo em Goiás (CAU-GO), Simone Buiati, em entrevista ao Jornal Opção na edição passada: “Não há solução sem mobilização da sociedade. É impossível encontrar solução para esses problemas sérios em um debate pautado por interesses políticos e particulares”, resumiu.
Até outubro, muita coisa pode mudar? Sim, é possível. Goiânia tem condições de implantar um sistema eficiente de drenagem que alivie transtornos e evite tragédias? Sim, e com orçamento muito mais em conta, apesar de caro, em relação aos dramas vividos por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Resta alguém ser eleito com essa vontade política que não vai clamar de forma massiva à população. Em suma, é bastante preocupante um tema tão urgente ser tratado, quando muito, superficialmente na atual conjuntura. Mais ainda quando isso vem de quem deseja gerir uma metrópole que precisa “para ontem” se preparar para o “novo normal” das mudanças climáticas, que chegou para não mais ir embora.