Economia

Encontro tinha como objetivo tratar do chamado tarifaço imposto pelo governo americano a produtos brasileiros

Governo trabalha para que o projeto seja votado ainda em agosto no Senado, antes de seguir para revisão na Câmara

Renda per capita é um indicador econômico que mostra quanto, em média, cada pessoa de uma população teria de renda, considerando a soma total de todos os rendimentos dividida pelo número de habitantes

Produção de combustíveis caiu 0,8%, mas as vendas subiram na mesma proporção, chegando a 1,8 milhão de barris por dia

No Brasil, a Lei nº 6.385/76 proíbe o uso de informações privilegiadas para obter vantagem indevida no mercado financeiro

Nesta quarta-feira, 6, entrou em vigor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, medida que vai prejudicar economicamente o agronegócio nacional. A decisão, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atinge diretamente itens de grande peso na balança comercial brasileira, como café, carne bovina, pescados, mel e frutas, e pode gerar prejuízos bilionários para o Brasil, além de encarecer esses produtos no mercado norte-americano.
A decisão de Trump ocorre em meio a tensões políticas entre os dois países, incluindo críticas ao Judiciário brasileiro e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Até o momento, não houve diálogo direto entre os presidentes Lula e Trump sobre o tarifaço, e o governo brasileiro tenta abrir canais de negociação para reverter ou suavizar os efeitos da medida.
O impacto é especialmente severo para o café, principal alimento exportado pelo Brasil para os EUA. O mercado americano é o maior consumidor do café brasileiro no exterior, e as perdas estimadas com a nova tarifa podem chegar a US$ 481 milhões apenas neste ano, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A carne bovina também sofre com a medida: os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras nesse setor, atrás apenas da China. Mesmo com uma participação de 12% nas vendas totais, a redução nas exportações pode representar uma perda de até US$ 1 bilhão em 2025, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Agroexportadores
Outros segmentos, como o de pescados, mel e frutas (especialmente a manga) também são altamente dependentes do mercado americano e enfrentam dificuldades para encontrar alternativas viáveis de exportação. Dos principais produtos agroexportadores brasileiros, apenas o suco de laranja entrou na lista de exceções à nova tarifa.
Essa lista, composta por cerca de 700 itens, inclui ainda castanha-do-pará, madeira, polpa de celulose e sisal. Produtos contemplados nela pagarão uma sobretaxa de 10% sobre o valor usual, enquanto os demais enfrentarão o acréscimo total de 50%.
Apesar dos prejuízos para o Brasil, os Estados Unidos também devem sentir os efeitos da medida. O país importa 99% do café que consome e o Brasil é responsável por cerca de 30% desse volume. A substituição rápida desse fornecimento é considerada improvável, o que pode gerar escassez e aumento de preços no país norte-americano.
No caso da carne bovina, os EUA enfrentam uma crise de oferta, com falta de bois para abate e inflação crescente no setor. A carne brasileira é essencial para a indústria americana de hambúrgueres, e a tarifa pode agravar ainda mais esse cenário.
No mercado interno brasileiro, os efeitos sobre os preços são incertos. A expectativa inicial era de que o excesso de oferta pudesse reduzir os valores nos supermercados. No entanto, especialistas alertam que os produtores já estão diminuindo os abates, o que pode levar a uma queda temporária seguida de alta nos preços da carne.
Já o café, que vinha registrando queda após mais de um ano de alta, não deve sofrer impacto imediato, pois há espaço para negociação e os grãos da safra atual podem ser armazenados até 2026.
Outros mercados
Redirecionar os produtos para outros mercados não é tarefa simples. O café enfrenta exigências específicas de qualidade e normas fitossanitárias em cada país, o que dificulta a adaptação rápida.
A carne bovina também encontra obstáculos: os cortes preferidos pelos americanos, como a dianteira do boi usada em hambúrgueres, não têm demanda equivalente em outros mercados, como o brasileiro, que consome mais a parte traseira, de onde saem cortes como picanha e alcatra.
Diante da crise, o governo brasileiro anunciou medidas emergenciais para mitigar os impactos. Entre elas estão linhas de crédito via BNDES com juros subsidiados para pecuaristas e agroindústrias, programas de compra governamental de produtos perecíveis e ações da Apex para abrir novos mercados, com foco em países como Alemanha, Japão, China e Canadá.
Leia também:
Com participação de goianos, obstrução no Congresso trava trabalhos por mais um dia

Impacto da tarifa atinge cadeia da carne bovina e setor sucroenergético em Goiás

Texto não altera a proposta do governo federal de ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

O Estado tem se destacado pela agilidade na formalização de empresas. Dados da RedeSim apontam que o tempo médio de abertura de negócios em Goiás é de apenas 15 horas, que é bem abaixo da média nacional

Com forte vocação agrícola e crescimento econômico constante, cidade do Sudoeste goiano é símbolo de progresso e inovação no Centro-Oeste

Impacto na economia americana pode ser em mais de US$ 3 bilhões, segundo projeção com base em investimentos de anos anteriores

Em 2024, Goiás exportou US$ 408,5 milhões para os Estados Unidos

Setor discute uma estratégia para participar de audiências públicas e consultas abertas nos Estados Unidos

Alguns alimentos, minérios, produtos energéticos e do setor de aviação civil estão inclusos

Com os projetos sendo finalizados até sexta-feira, 1º, a expectativa é que os textos sejam encaminhados para análise na Câmara Municipal de Goiânia até segunda-feira, 4