Vice-líder de Lula, José Nelto diz que “governo não acerta tudo” ao justificar críticas à reoneração da folha

19 janeiro 2024 às 16h29

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Apesar de ser vice-líder de Lula na Câmara Federal, o deputado José Nelto (pP) não esconde receios quanto a pautas do governo que não lhe agradam. No início deste ano, o goiano teceu críticas à medida provisória (MP) do Ministério da Fazenda que reonera a folha de pagamento de 17 setores da economia.
“Eu sou vice-líder, mas sou ‘Brasil’. O Brasil tem que dar certo. O governo não acerta tudo”, frisa. “A reoneração da folha foi discutida amplamente no Congresso Nacional. Depois do veto foi discutida e o governo e a equipe econômica tiveram chances de apresentar outras alternativas”, disse, ao Jornal Opção, nesta sexta-feira, 19.
Segundo, ele a insistência da reoneração com uma MP trouxe prejuízos e desacreditou o governo perante o empresariado, ressaltando a necessidade de uma solução política em conjunto com o governo para restaurar a confiança. “O que nós queremos é colaborar com o governo e colaborar com as empresas. São os empregos que estão em jogo. Agora, quer arrumar outra forma de arrecadar dinheiro, tem meios, por exemplo, tem que taxar quem não paga imposto, como a AliExpress, a Shopee”, aponta.
Para ele, o governo onerar o empresariado brasileiro dificulta a concorrência com produtos estrangeiros. “Lá [China] não tem leis trabalhistas, lá o trabalho é escravo. Como vai concorrer com eles”, indaga.
Tramitação da MP
No Congresso Nacional, se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não devolver a MP, a Câmara poderá permitir que o texto caduque, perdendo sua validade após 60 dias (prorrogáveis por período de mesma duração), contados a partir da publicação no Diário Oficial da União (DOU).
Entidades representativas e líderes de oposição defendem a devolução integral da MP, pressionando Pacheco nesse sentido. O presidente do Senado comunicou que a decisão será tomada antes do fim do recesso parlamentar, em fevereiro, após análise técnica e consideração dos números apresentados pela equipe econômica.
De saída do pP?
O deputado federal José Nelto disse ainda, ao Jornal Opção, que a decisão de deixar o Progressistas ficará para depois do feriado de Carnaval, quando ele deve tratar sobre o assunto com o presidente nacional, Ciro Nogueira. Isso porque, o parlamentar busca uma saída amigável para não perder o mandato.
O parlamentar não esconde o desconforto em seguir sob o comando do presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Alexandre Baldy. Ultimamente, ele tem citado que o dirigente em Goiás tem feito “perseguições” a correligionários e “age” como dono absoluto da legenda goiana. Caso consiga êxito, o parlamentar deve embarcar no Solidariedade.
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