Única vereadora da cidade, Camila Rosa reage a possível aumento no número de mulheres na Câmara de Aparecida

25 agosto 2025 às 12h06

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A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia pode contar com mais quatro mulheres na legislatura de 2029, caso o projeto de Lei do Novo Código Eleitoral, que tramita no Senado, seja aprovado e promulgado pelo presidente da República. Atualmente, o legislativo aparecidense possui apenas uma vereadora, pelo União Brasil: Camila Rosa.
O documento, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última quarta-feira, 20, no Senado, requer que pelo menos 20% de todo o legislativo brasileiro (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Câmara Legislativa do DF, Câmara dos Deputados e Senado Federal) seja ocupado por mulheres seguindo o número de vagas de cada instância e Casa de Leis. Caso acatada, a próxima eleição no parlamento aparecidense, em 2028, deve contar com a nova cota feminina, por causa disso, a decisão, assim como outras mudanças, não devem interferir sobre as legislaturas atuais.
Para Camila, a aprovação do Novo Código Eleitoral representaria um avanço e uma conquista do direito das mulheres sobre a participação política. Segundo a vereadora, as mulheres não alcançaram o mesmo protagonismo, apesar da permissão do voto há mais de 90 anos. Ainda segundo a parlamentar, o protagonismo das mulheres na política também influenciaria a aprovação e a instituição de leis e políticas públicas com foco no público feminino. “Se a gente tem mais mulheres que fazem projetos sobre qualidade de vida, saúde e atenção à mulher, por exemplo, a gente tem mais força, mais força não só para discutir, mas para implantar na sociedade”, afirma.
A vereadora ainda cita nações e sociedades, como o Taiwan, chefiados por mulheres e que tiveram indicadores positivos na área social. Sobre isso, Camila afirma que mulheres possuem um “sentido mais aguçado para a correção de injustiças, e que prezam por investimentos na área social”, afirma. “Quando uma mulher entra para a política ela muda, mas quando várias entram para a política, elas mudam a política.”
Não se faz um país mais justo e com equidade social com uma diferença discrepante como é a questão da [participação] política se comparando mulheres e homens. Nós temos os quadros de eleitos, sejam nos parlamentos ou chefes de executivo, uma maioria massacrante dominada por homens.
Baseado no número atual de vagas e nos atuais parlamentares, o novo projeto também deve incidir na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Goiânia, com mais quatro e duas vagas, respectivamente. Além disso, outras câmaras municipais goianas devem contar com mais legisladora a partir da próxima eleição. O quociente eleitoral desta regra deve seguir a partir dos 10% do Quociente Partidário, seguindo as sobras partidárias.
Este incremento na participação também poderia corroborar, segundo a parlamentar, nos preconceitos e estigmas em relação à atividade política feminina no parlamento, como exemplo, relembra a repressão e a perseguição política decorrente do episódio de 2022 em que teve o microfone silenciado por se opor ao então presidente da Câmara.“Foi uma situação que me prejudicou muito, me prejudicou emocionalmente, psicologicamente, financeiramente, porque ele cortou muitas coisas minhas lá na Câmara. … Eu fui totalmente invisibilizada e escanteada.”
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