Mesmo preso, prefeito de Iporá continua assinando decretos

29 novembro 2023 às 10h29

COMPARTILHAR
Mesmo preso, o prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), segue publicando atos normativos do Poder Municipal. O último despacho, veiculado nesta terça-feira, 28, resultou na redução da jornada de trabalho na Prefeitura e órgãos públicos do município. A mudança foi implementada durante o período em que Naçoitan esteve internado para tratar vômitos e diarreia.
A denúncia foi feita pelo vereador Moisés Victor (Republicanos). O prefeito invadiu a casa da ex-mulher na última sexta-feira, 17, e disparou mais de 15 vezes contra ela. Após ser preso, foi solto dois dias depois “em virtude de orientações médicas”, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou. Ele foi escoltado pela DGAP e retornou para a cadeia na última terça-feira, 28.
Enquanto estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Iporá, o prefeito seguiu assinando atos normativos da Prefeitura. Após levar alta, retornou ao presídio da cidade.
Na última segunda-feira, 27, a presidência da Câmara de Vereadores recebeu uma recomendação do Ministério Público, assinado pelo promotor de Justiça Luiz Fernando, para que a vice-prefeita tomasse posse imediatamente. No documento, o prazo estabelecido era de 24 horas, mas o acusado de tentativa de feminicídio segue atuando normalmente como prefeito.
A vice-prefeita, Maysa Cunha, também se pronunciou nas redes sociais, reivindicando a providência recomendada como crucial para o bem da cidade e da administração pública. Neste contexto, a mesa diretora da Câmara esteve reunida na manhã desta terça-feira, 28, com sua assessoria jurídica para orientação e tomada de decisão.
Além disso, tramita na Câmara de Iporá um processo de impeachment contra Naçoitan. A Câmara tem 13 vereadores, dos quais 10 continuam na base do prefeito. Heb Keller Fernandes (Republicanos), presidente da comissão que analisa o impeachment, é independente. Moisés Magalhães (Agir) e Viviane Specian (PT) são os únicos da oposição.
- Leia também: Prefeito de Iporá que invadiu casa da ex-mulher está solto e em tratamento contra diarreia
Viviane Specian (PT) disse que nenhum vereador foi consultado sobre o decreto assinado. “A decisão não é da Câmara, digo isso pois faço parte da Câmara Municipal, não fui consultada e nem informada sobre o documento apresentado ao Ministério Público. Ainda que o presidente seja o representante máximo do Legislativo a decisão deveria ser colegiada, diante da importância e gravidade que o fato enseja”, explicou.