O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e candidato ao governo estadual nas últimas eleições, Gustavo Mendanha (Patriota), declarou ter desembolsado R$ 1 milhão para a campanha. O valor é 9% a mais do que o patrimônio de R$ 946,1 mil declarado à Justiça Eleitoral ao registrar sua candidatura. De acordo com dados enviados ao TSE, mesmo com a ajuda de recursos próprios, a campanha dele acabou com um rombo de R$ 1,6 milhão.

Uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabeleceu limites ao autofinanciamento, com o objetivo de reduzir o impacto da candidatura de milionários no pleito. O uso de recursos próprios ficou restrito a 10% do limite previsto para gastos de campanha.

As informações são de matéria da Folha de S.Paulo publicada neste sábado, 12, e que inclui, no mesmo caso, uma deputada federal eleita e quatro estaduais eleitos, além de outro candidato a governador, o deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade), do Amazonas, que investiu quase o quíntuplo do capital declarado – fez uma transferência de R$ 700 mil para a conta da campanha, quando informou à Justiça Eleitoral ter R$ 141 mil em bens.

Já entre os demais, o deputado estadual reeleito Dudu Ronalsa (MDB-AL) afirmou à Justiça Eleitoral ter gastado R$ 120 mil em recursos próprios, valor equivalente a 20 vezes maior ao patrimônio declarado ao registrar candidatura. O deputado estadual reeleito Antonio Vaz (Republicanos-MS) também declarou ter tirado do próprio bolso valor superior ao patrimônio declarado. Ele informou ter usado em recursos próprios R$ 102, 3 mil. O valor é 47 vezes maior que os R$ 68.167,05 de patrimônio declarado.

Completam a lista dos que declararam autofinanciamento acima do patrimônio declarado o deputado federal estadual reeleito Professor Cleiton (PV-MG), a deputada federal eleita Meire Serafim (União Brasil-AC) e o deputado estadual eleito Leandro de Jesus (PL-BA). Os recursos próprios desses políticos na campanha superaram o patrimônio em 39%, 32% e 6%, respectivamente.

A assessoria do ex-prefeito foi procurada pelo Jornal Opção para dar sua versão sobre o assunto e enviou a seguinte nota:

Para honrar com os compromissos feitos no período eleitoral, o então candidato a governador, Gustavo Mendanha, vendeu parte do patrimônio do espólio do pai, falecido em abril de 2021. Tudo se encontra dentro da lei e poderá ser acompanhado por meio da prestação de contas junto à Justiça Eleitoral.