Marussa Boldrin deve permanecer no MDB

25 janeiro 2024 às 12h15

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Interlocutores ligados à deputada federal Marussa Boldin (MDB) afirmaram ao Jornal Opção que desfiliação da deputada do MDB está fora do radar neste momento. Primeiro, porque dificilmente o partido abriria mão da cadeira (não haveria liberação para isso), e segundo, porque existe um longo percurso até 2026. Analistas avaliam ainda que existe um fato positivo da destituição do comando de Rio Verde “dessa forma ela ficaria mais livre para estar em outros palanques”.
Uma fonte próxima a José Mário Schreiner, presidente da Faeg, e consequentemente vinculada à deputada federal, observa que a destituição ocorreu, mas que a posição está vaga, sugerindo que o assunto pode chegar à Executiva Nacional e ao presidente Baleia Rossi, com quem Marussa mantém uma relação institucional positiva. Até o momento, não foi nomeado um novo líder para a comissão provisória de Rio Verde.
Em nota à imprensa, a direção do MDB informou que a mudança no comando da comissão provisória da cidade de Rio Verde é motivada pela adequação no cenário da disputa da eleição municipal. “O momento é de ajustes locais para a construção de alianças alinhadas ao projeto do MDB de ampliar o número de prefeitos eleitos pela sigla”, diz a nota explicando que o partido precisa que a deputada apoie candidatos do seu partido. Em duas cidades do Sudoeste goiano – Rio Verde e em Mineiros – e ela apoia outros nomes.
Um analista consultado pelo Jornal Opção, avalia ser crucial a compreensão de que Rio Verde possui o quarto maior eleitorado e o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) em Goiás. Além disso, estima que num futuro próximo, é previsto que se torne o segundo maior PIB, ficando atrás apenas de Goiânia. Neste contexto, Rio Verde, considerada a capital do Sudoeste, está se configurando como o palco para as estratégias políticas de 2026.
Como antecipado na coluna Bastidores, a região será palco de uma disputa acirrada, evidenciada pela presença recente de Marconi Perillo, que dialogou com Osvaldo Fonseca Jr., do Republicanos. Osvaldo Jr. mantém ligações com Marussa Boldrin. O campo da oposição está tentando estabelecer uma aliança política na região, com quem Marussa mantém se posiciona para fortalecer sua própria base.
Uma das fontes consultadas chegou a relembrar que existe ainda uma ação junto à justiça eleitoral a parlamentar do MDB que corre o risco de perder o mandato e ficar inelegível por oito anos. A denúncia, sob responsabilidade do Ministério Público Eleitoral, apresenta evidências de “prática de captação e gasto ilícito de recursos para fins eleitorais”.
Segundo a acusação descrita na ação, Marussa Boldrin utilizou, durante a campanha de 2022, “bens e serviços da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Serviço Nacional de Aprendizado Rural (Senar) de Goiás”. Além disso, constatou-se “indícios de omissão de despesas e receitas” e a ocorrência de “abuso de poder econômico”.
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