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A ex-ministra do Meio Ambiente e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) afirmou nesta segunda-feira, 28, que houve um acordo entre o grupo do gabinete de transição e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que as chamadas “pauta bomba” não sejam votadas até o final do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Já foi feito um primeiro processo que envolveu o vice-presidente Alckmin, Aloísio Mercadante, os parlamentares e os presidentes das Casas para pedir que não fosse votada nenhuma pauta bomba. Então esses projetos que são bastante complicados entraram nessa discussão. Esse pedido foi feito diretamente aos presidentes das Casas. Faz umas duas semanas. Isso foi tratado por eles e cada um vai ficar atento às suas agendas”, afirmou a parlamentar que compõe o grupo de transição do Meio Ambiente.

De acordo com Marina, o grupo do meio ambiente sinalizou os projetos que não devem ser votados, como o caso dos agrotóxicos, demarcação de terras indígenas e garimpo, por serem considerados “projetos muito sensíveis para um final de governo”.

“Esses foram colocados como projetos muito sensíveis para que não fossem votados nesse final de período legislativo quanto no final de governo. Obviamente que o parlamento tem sua autonomia e sua independência, mas os projetos sensíveis foram todos alertados”, concluiu.

A mudança na postura, principalmente de Arthur Lira, em relação aos projetos considerados sensíveis ao novo governo pode ser considerada outra sinalização positiva a Lula.

Neste ano, a Esplanada dos Ministérios foi palco do Ato pela Terra contra o “Pacote da Destruição”. O ato reuniu mais de 40 artistas e mais de 230 movimentos civis e coletivos liderados por Caetano Veloso. Ao todo, 15 mil se aglomeraram na Esplanada.

Apesar de todo esse movimento, Lira votou a urgência do projeto de lei (PL) da mineração em terras indígenas.