O governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) voltou a mirar em dois alvos centrais do cenário político nacional: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Em entrevista concedida às páginas amarelas da revista Veja, Caiado reafirmou sua intenção de disputar a Presidência da República em 2026 e disse que o petista “não ganha a eleição” caso a centro-direita mantenha mais de um candidato no primeiro turno.

“Qual é a única chance de o Lula ganhar a eleição, segundo as pesquisas? É a oposição ter um candidato só no primeiro turno. Com quatro ou cinco nomes da nossa área, dá segundo turno em todas as simulações. E o Lula não ganha uma eleição no segundo turno”, afirmou o governador goiano.

Críticas a Ciro Nogueira e à federação com o PP

Caiado subiu o tom ao comentar as movimentações do senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, que tem buscado consolidar a federação entre o PP e o União Brasil. Segundo ele, o dirigente atua com “interesses pessoais” e tenta se colocar como vice em outra chapa.

“Nunca vi um presidente de partido falar mal de seus pré-candidatos. Ciro tenta a todo momento ignorar a nossa pré-candidatura. Ele quer ser vice do Tarcísio ou do Ratinho Jr., porque não tem base para se reeleger senador no Piauí. É uma posição de final de carreira, de quem tenta achar uma garupa para continuar na vida política”, disse Caiado.

O governador também deixou claro que o União Brasil pode desistir da federação, caso as condições não garantam autonomia à legenda. “Nosso presidente é o Antonio Rueda. Não temos por que nos submeter às regras do Ciro, que não tem expressão política”, completou.

“Lula está dando um calote na população”

Ao avaliar o governo federal, Caiado adotou um discurso contundente. Para ele, o presidente Lula “não tem estatura moral para governar o país” e conduz o Brasil por um caminho de “irresponsabilidade fiscal”.

“Lula está dando um calote na população oferecendo o que não pode garantir. O PAC é um café requentado. Nunca vi governar dividindo o país, criando confronto entre classes sociais. Isso mostra a fragilidade e a falta de credibilidade dele”, declarou.

O governador também disse que o atual cenário econômico desmonta as promessas do Planalto: “Não tem cerveja com picanha. Os juros estão altos e a cesta básica está cada vez mais cara.”

Direita independente e relação com Bolsonaro

Questionado sobre o enfraquecimento do bolsonarismo e a possibilidade de uma direita independente, Caiado reconheceu a força política de Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, mas evitou personificar o debate.

“Ninguém deixa de reconhecer a capacidade de mobilização do ex-presidente. Se ele quiser apoiar alguém da família, é uma prerrogativa dele. Todo apoio que possa vir dele é bem-vindo”, disse.

Ele ressaltou que sua candidatura não dependerá de uma bênção do ex-presidente, mas de propostas que resgatem a credibilidade do país. “Não gosto de fulanizar a política. A discussão relevante é o que vamos trazer para a pauta”, afirmou.

Propostas e economia

Por fim, Caiado defendeu uma agenda econômica voltada à responsabilidade fiscal e ao controle da dívida pública. “O governo recebeu uma dívida-PIB de 72% e pode fechar o ano acima de 90%. O país está asfixiado por um governo que só sabe enfiar a mão no bolso do brasileiro”, disse.

Para ele, o Brasil precisa “resgatar a confiança interna e externa” e “mostrar competência para sair da inflação e das taxas de juros estratosféricas”.

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