Os pré-candidatos nas eleições de 2024 citam eficiência para as campanhas com uso da inteligência artificial. Mas, por outro lado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica dificuldades para a fiscalização e punição das chamadas “fake news 2.0”. Esse termo foi usado pelo ministro do TSE Floriano de Azevedo Marques para alertar sobre o tema.

Neto adverte que há preocupação da Corte Superior acerca da utilização da IA para criar imagens e áudios falsos, que são práticas conhecidas como deepfake. Para se ter ideia, a tecnologia permite produzir vídeos fraudulentos, ao retratar pessoas em locais e atitudes fictícias ou mesmo replicar voz com discursos jamais pronunciados.

Como citado pelo jornal Estado de S.Paulo, a recente eleição argentina é considerada a primeira da era IA. Lá, durante a disputa entre Javier Milei e Sergio Massa, um vídeo falso de Massa cheirando cocaína disseminou nas redes sociais. Na postagem, o rosto do candidato derrotado foi inserido em uma imagem antiga de um homem, não identificado, consumindo entorpecente.

Floriano de Azevedo, ao Estadão, disse que a inovação tecnológica será um “desafio macro” para a Justiça Eleitoral. “Essa é uma preocupação grande que, na perspectiva da propaganda eleitoral, recebe uma atenção bastante especial”, acentuou. O magistrado demonstrou preocupação com possíveis problemas que a nova ferramenta possa significar para as eleições.  

Evolução da fake news

Para o professor Diogo Rais, de Direito Eleitoral e Direito Digital da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o uso de deepfakes na elaboração de conteúdo enganoso marca uma evolução no fenômeno das fake news. De acordo com ele, a IA vai mais além de notícias falsas, pois a nova tecnologia é capaz de produzir conteúdo falso com maior agilidade e perfeição.

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