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O cenário político goiano com vistas às eleições de 2026 já começa a se redesenhar. Dos 26 prefeitos eleitos pelo PL em 2024, 14 já migraram para a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Outros dois estão em tratativas avançadas para fazer o mesmo movimento. O quadro reforça a força do grupo governista e o enfraquecimento do bloco oposicionista liderado pelo senador Wilder Morais (PL).

Um dos movimentos mais simbólicos ocorreu nesta terça-feira, 11, em Novo Gama, durante encontro promovido pelo prefeito Carlinhos do Mangão (PL), que reuniu Daniel Vilela e a primeira-dama do Estado, Gracinha Caiado, ao lado de empresários e lideranças políticas locais. O evento consolidou o apoio do prefeito à pré-candidatura de Daniel Vilela ao governo de Goiás e evidenciou a sintonia entre MDB, União Brasil e parte expressiva do PL na região do Entorno do Distrito Federal.

A movimentação em Novo Gama é apenas uma entre várias adesões recentes. O prefeito de São Miguel do Araguaia, Jerônimo Siqueira, deixou o PL e se filiou ao MDB, declarando apoio ao vice-governador. Já o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa, permanece no PL, mas também anunciou apoio a Daniel Vilela, com quem mantém relação histórica de aliança. Outro que busca aproximação com o grupo governista é o prefeito de Morrinhos, Maycllyn Carreiro, intermediado por Bruno Peixoto (União Brasil) e Júlio Pina.

Lideranças da base avaliam que a debandada do PL tende a se intensificar até o primeiro semestre de 2025, deixando Wilder Morais cada vez mais isolado politicamente. O senador tem dito a aliados que anunciará sua pré-candidatura ao governo no dia 2 de abril de 2026, mas enfrenta resistência dentro do próprio partido, inclusive entre parlamentares e prefeitos que hoje orbitam em torno de Caiado e Daniel Vilela.

Além dos prefeitos, o deputado federal Gustavo Gayer (PL), nome de maior visibilidade do bolsonarismo goiano, também é apontado como possível aliado de Daniel Vilela nas eleições de 2026, possivelmente compondo a chapa majoritária ao Senado ao lado de Gracinha Caiado.

O realinhamento de forças confirma o esvaziamento da oposição e antecipa uma disputa em que o grupo caiadista caminha para chegar às urnas com ampla vantagem territorial e partidária.

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