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Alexandre Baldy é o presidente da Agência de Habitação de Goiás (Agehab), mas, em entrevista de uma página ao jornal “O Estado de S.Paulo” de terça-feira, 9, ressaltou apenas sua atuação como empresário, mesmo reconhecendo que foram suas credenciais políticas (foi deputado federal por Goiás e é presidente do pP no Estado) que chamaram a atenção quando ele assumiu o cargo de chairman (presidente do conselho de administração da BYD no Brasil), há um ano.


Na entrevista, Alexandre Baldy falou sobre a gestão da fábrica de automóveis da China no Brasil e demonstrou entusiasmo ao falar sobre seu trabalho à frente da BYD. “Queremos transformar a cultura da pessoa que não vai mais precisar parar num posto de combustível, vai sair de casa com o carro abastecido com uma autonomia de 400 km gastando em torno de R$ 35, com cinco anos de manutenção gratuita ou 100 mil km rodados”, afirmou.

O Estado de S.Paulo, terça-feira, 9, página B8. Foto: reprodução

O presidente da Agência de Habitação de Goiás parece mais interessado em vender automóveis do que em construir casas… é o que se comenta meio político de Goiás.

O Jornal Opção já chegou a questionar se haveria algum impedimento legal para que o lobista acumule os cargos. Advogados consultados admitem que não há “ilegalidade flagrante”. É legítimo? Pode até ser, embora existam conflitos entre o interesse público e o privado.

Entretanto, talvez o maior conflito seja administrar as leis da física, que dizem que um corpo não pode ocupar ao mesmo tempo dois lugares distintos no espaço. Há informações de que, frequentemente, Alexandre Baldy ausenta-se da Agência de Habitação para resolver pendências da multinacional chinesa. Como se sabe, um funcionário da Agehab, se faltar muito ao trabalho, pode ser exonerado.

A chefe da Procuradoria da República em Goiás, Léa Batista de Oliveira Lima, e o procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra Peres, até agora não se manifestaram sobre o assunto.