Um documento digital pedindo a cassação do mandato de deputado federal do bolsonarista Ricardo Salles (PL-SP) já ultrapassou a marca de 570 mil assinaturas, se tornando o abaixo-assinado brasileiro com maior número de assinaturas verificadas, em período de tempo tão curto. O documento foi proposto na quinta-feira, 27.

Na semana passada, o ex-ministro do meio ambiente de Bolsonaro fez uma publicação em seu perfil na rede social digital ‘X’ (antigo twitter) elogiando a tentativa de golpe militar que aconteceu na Bolívia. “En Bolívia las melancias tienen cojones…” (Na Bolívia, as melancias têm coragem), afirmou o parlamentar. Melancias é um termo usado por partidários da extrema direita para se referir aos generais que não aderiram à tentativa de oito de janeiro, considerados comunistas (verde por fora e vermelho por dentro). 

O abaixo-assinado do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) pede e-mail, nome e CPF. Para assinar, basta clicar aqui. “O tweet de Salles também incita os militares brasileiros a fazerem o mesmo”, afirmaram no abaixo-assinado. 

A declaração do bolsonarista teve reação de colegas parlamentares. Glauber Braga (Psol-RJ) deve solicitar afastamento cautelar de Salles à Mesa Diretora da Câmara. Este deputado, junto de Fernanda Melchionna e Sâmia Bomfim entraram com representação na Procuradoria Geral da República pedindo abertura de inquérito criminal contra o antigo ministro do meio ambiente. 

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Reservas de lítio podem ter ajudado a incentivar nova tentativa de golpe na Bolívia

Na Bolívia 

Na semana passada, um grupo de militares liderados pelo general Juan José Zuñiga ocupou uma das praças mais importantes da Bolívia, a Praça Murillo, e invadiu a antiga sede do governo (Palácio Quemado) no intuito de intimidar e retirar do poder o atual presidente, Luis Arce. 

Em pronunciamento, o mandatário boliviano anunciou a dissolução do comando militar na Bolívia e indicou novos nomes. Os militares recém empossados desmobilizaram o movimento e a democracia boliviana sobreviveu a segunda tentativa de golpe em cinco anos. 

A Procuradoria-geral da Bolívia anunciou que agora investiga Zuñiga e os militares que participaram da tentativa de golpe. Zuñiga havia sido destituído do cargo após ameaçar publicamente o antigo presidente Evo Morales.