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Christian Brückner, 48 anos, foi libertado nesta quarta-feira da prisão de Sehnde, no norte da Alemanha, após cumprir sete anos e meio pelo estupro de uma idosa na Praia da Luz, em Portugal, em 2005. Ele usará tornozeleira eletrônica e nega o crime.

Brückner, que viveu muitos anos no Algarve, tem um extenso histórico criminal. Foi condenado por abuso sexual de crianças em 1994 e 2016 e já respondeu por outros delitos de violência sexual. Em outubro de 2024, chegou a ser absolvido em outro processo, que tratava de duas agressões e três estupros entre 2000 e 2017 em Portugal. Esses crimes não têm relação com o desaparecimento de Madeleine McCann, caso no qual ele é apontado como principal suspeito, mas nunca foi formalmente acusado.

O desaparecimento de Madeleine ocorreu em 3 de maio de 2007, quando ela tinha três anos e passava férias com a família em um resort da Praia da Luz, região turística do Algarve. Maddie dormia no apartamento com os irmãos gêmeos quando sumiu; os pais, Kate e Gerry McCann, jantavam em um restaurante próximo.

O caso rapidamente se tornou um dos maiores mistérios policiais do século XXI, com enorme repercussão internacional. A imagem da menina circulou pelo mundo, e campanhas de busca mobilizaram governos, imprensa e celebridades. O então papa Bento XVI chegou a receber os pais no Vaticano, em um gesto que reforçou a dimensão global do desaparecimento.

As investigações envolveram autoridades portuguesas, britânicas e, posteriormente, alemãs. A Scotland Yard, em Londres, abriu a chamada Operação Grange em 2011, que custou mais de £13 milhões ao governo britânico. Apesar de buscas em diversos países e de centenas de pistas recebidas ao longo dos anos, nenhuma prova conclusiva foi encontrada.

Em 2020, promotores da Alemanha identificaram Brückner como principal suspeito, alegando que registros de celular o colocavam na área do resort no dia do desaparecimento. Eles afirmaram “ter certeza” de que Maddie está morta e que Brückner seria o responsável. No entanto, até hoje, nenhuma evidência material ou corpo foi localizado, mantendo o caso sem solução.

O desaparecimento de Madeleine completa 18 anos em 2025 e permanece como um dos casos de crianças desaparecidas mais emblemáticos do mundo, comparado em repercussão a episódios como o sequestro do bebê Lindbergh nos Estados Unidos, nos anos 1930.

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