A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quinta-feira, 18, nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Entre os alvos estão o senador Weverton Rocha (PDT-MA), um assessor dele, e o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, afastado do cargo e com prisão domiciliar decretada. Também foi preso Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, já preso em setembro por envolvimento no esquema.

A operação cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e outras medidas cautelares, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Distrito Federal.

O esquema consistia em descontar mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização, apresentando-os como membros de associações de aposentados que, supostamente, prestariam serviços jurídicos ou ofereciam benefícios como planos de saúde e academias. Ao todo, 11 entidades foram alvo de medidas judiciais, e contratos irregulares foram suspensos.

Em julho, o governo anunciou a devolução dos valores cobrados indevidamente, em parcela única, sem lista de prioridades. Os beneficiários têm até 14 de fevereiro de 2026 para contestar descontos por três canais:

  • Meu INSS: serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
  • Central 135: ligação gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 22h;
  • Correios: atendimento assistido em mais de 5 mil agências.