Indígena assassinada em Formoso do Araguaia estava grávida e tinha deficiência intelectual

09 setembro 2025 às 15h43

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A jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos, foi assassinada de forma brutal na zona rural de Formoso do Araguaia, no sudoeste do Tocantins. Segundo informações apuradas pela TV Anhanguera, ela estava no início de uma gravidez e tinha deficiência intelectual.
O corpo da vítima foi encontrado com cortes e parcialmente carbonizado próximo à Aldeia Canuanã, dentro da Ilha do Bananal. De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu após um festejo na Aldeia Canuanã.
A vítima, que era moradora da Aldeia São João, foi localizada no domingo, 7, depois que uma enfermeira acionou as autoridades. Apesar do grande número de indígenas presentes no local, a PM informou que ninguém declarou ter visto ou saber informações sobre o assassinato.
Prisão
Na segunda-feira, 8, um suspeito chegou a ser preso, mas foi liberado por falta de provas. A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) afirmou apenas que o caso corre em sigilo e que não serão divulgados detalhes da investigação.
As apurações estão a cargo da 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia, com apoio da 7ª Delegacia Regional de Gurupi.
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) lamentou a morte e manifestou solidariedade aos familiares. Já a Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) e o Instituto de Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (Icapib) emitiram notas de repúdio e cobraram celeridade na investigação.
O Icapib classificou o crime como feminicídio brutal e destacou a vulnerabilidade de Harenaki. “A jovem, que tinha problemas mentais e mentalidade de criança, não compreendia a realidade da vida como nós. Sua perda é ainda mais dolorosa e revoltante. Foi um ato de violência bárbaro e covarde contra alguém indefesa, que nunca deveria ter acontecido.”
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