Golpistas criavam perfis falsos de pousadas em Pirenópolis e faturavam R$ 20 mil por dia
16 dezembro 2025 às 13h39

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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta terça-feira, 16, a terceira fase da Operação Sem Reservas, que tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa especializada em golpes digitais por meio da clonagem de sites e perfis de pousadas turísticas, principalmente do município de Pirenópolis (GO).
A ação resultou na prisão de seis pessoas e no cumprimento de mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia (GO), Belém (PA) e Taboão da Serra (SP).
Segundo a PCDF, o grupo criminoso teria lavado mais de R$ 13 milhões nos últimos dois anos, com um faturamento diário estimado em cerca de R$ 20 mil provenientes de estelionatos digitais. O dinheiro era convertido em um complexo sistema de lavagem por criptoativos
O montante era dividido entre os integrantes da organização: 50% (R$ 6,5 milhões) ficavam com os golpistas responsáveis pela administração dos sites e perfis clonados; 30% (R$ 3,9 milhões) com os integrantes responsáveis pela lavagem de dinheiro; e 20% (R$ 2,6 milhões) com as pessoas que cediam contas bancárias para movimentar os valores e impulsionar os perfis falsos, conhecidas como “laranjas”.
Deflagrada inicialmente em novembro de 2024, a operação contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO) e resultou, à época, na prisão de três pessoas apontadas como responsáveis pela administração dos sites e perfis fraudulentos.
De acordo com o delegado Tibério Cardoso, da Delegacia de Polícia de Pirenópolis (DP-Pirenópolis), as investigações tiveram início a partir de denúncias feitas por turistas que foram vítimas dos golpes. “Aqui em Pirenópolis, nós registramos essas ocorrências das vítimas que chegam à cidade e encaminhamos os casos para a delegacia do domicílio delas, onde são desenvolvidas a investigação e, posteriormente, o processo penal”, explicou ao Jornal Opção.
Segundo o delegado, esse tipo de crime é recorrente no município e já atingiu dezenas de estabelecimentos turísticos. “A maioria das pousadas de Pirenópolis possui perfis falsos nas redes sociais, desde as de grande porte até as intermediárias e de pequeno porte. Os golpistas procuram pousadas com perfis atrativos, copiam as fotos e alteram apenas um caractere no nome do estabelecimento”, detalhou.
Diante da prática criminosa, Cardoso alerta para que os consumidores fiquem atentos a possíveis indícios de fraude, como preços muito abaixo do valor de mercado e solicitações de pagamento via Pix para pessoas físicas que não estejam vinculadas ao CNPJ da empresa. Além disso, ele recomenda o uso de chamadas de vídeo como forma de verificar a autenticidade do contato e a relação entre o vendedor e o local anunciado.
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