Ex-miss trans denuncia por estupro delegado investigado por extorsão a padre Robson

O titular da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, delegado Kleyton Manoel Dias, está sendo investigado por suspeita de estuprar uma mulher trans. À polícia, a modelo contou que o crime ocorreu no veículo de Dias, que deu carona para ela e uma amiga após deixarem a festa de aniversário de um jornalista goiano. Em 2020, o policial foi investigado por suposto envolvimento no escândalo do conhecido padre Robson de Oliveira, que hoje está no interior paulista.

O Jornal Opção procurou a assessoria de imprensa da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) e a Corregedoria da Polícia. Por meio de nota, a PC-GO informou que a Delegacia da Mulher (Deaem), juntamente com a Corregedoria, investiga o caso. Confira a íntegra:

O titular da corregedoria foi consultado sobre a sindicância do delegado acerca do episódio do padre Robson, mas não deu respostas. A defesa de Dias não foi localizada para se manifestar sobre esses assuntos. O espaço segue aberto.

Em relação ao abuso sexual, segundo a vítima, na madrugada de sexta-feira, 5, o delegado ofereceu carona para ela e uma amiga. Ele teria deixado primeiro a outra mulher em casa e seguido para o Setor Jaó, onde ela mora. Porém, no caminho, em local ermo, lhe agrediu fisicamente, a levou até o porta-malas e cometeu o abuso sexual. Depois do ocorrido, a ex-miss conta que foi deixada por Dias na porta de sua residência, nua.

Bastante ferida, a mulher trans foi acolhida por um amigo, com o qual mora junto na casa. Em entrevista à TV Anhanguera/Globo, o homem disse que inicialmente ela não faria a denúncia, por medo, pois teria sido ameaçada pelo delegado. Encorajada por ele, a vítima decidiu procurar a delegacia.

Caso padre Robson
Em 2020, o delegado Kleyton Manoel Dias foi denunciado por Welton Ferreira Nunes Júnior, o hacker condenado por cometer extorsão ao padre Robson de Oliveira. Segundo Nunes, o chefe de polícia facilitava a criação de e-mails e imagens falsas do religioso dentro da delegacia. O intuito era extorquir mais dinheiro do padre.

Na época, Welton foi condenado por extorsão junto a outros quatro réus. A acusação contra Dias ocorreu durante o julgamento. Na ocasião, ele relatou que Kleyton, coordenador da investigação, exigiu R$ 165 mil após a produção do material incriminador.

No depoimento, o hacker relatou que começou a elaborar os conteúdos extorsivos após ser detido e alegou ter permanecido na sala do delegado, onde também dormia e se banhava. Além do delegado, Welton narrou que outros agentes passaram a cobrar dinheiro dele. O valor, de acordo com o condenado, foi pago com recursos próprios e não da extorsão feita ao religioso.

À época, a PC-GO, por meio da Corregedoria, divulgou um comunicado de que a denúncia contra Kleyton era apurada, mas o processo estava em sigilo.

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