Empresas especializadas em golpes envolvendo criptomoedas movimentaram R$ 100 bilhões

02 outubro 2023 às 12h01

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Empresas especializadas em golpes de pirâmides financeiras envolvendo criptomoedas movimentaram quase R$ 100 bilhões nos últimos seis anos, provocando prejuízo em pelo menos R$ 2,7 milhões de investidores vítimas do esquema criminoso no período. Em Goiás, apenas uma ação coletiva que tramita no Tribunal de Justiça (TJ) envolvendo Renan Bastos, proprietário da FX Winning, pede para que ele devolva R$ 100 milhões às vítimas do calote.
Hoje o empresário, que movimentou R$ 2 bilhões, vive nos Estados Unidos. Ele chegou a morar em um apartamento em Miami, sendo que em um anúncio na internet, o aluguel de um apartamento de 300 metros no mesmo condomínio custa em torno de 40 mil dólares por mês. Se convertido ao real, o preço chega a R$ 200 mil.

Ranking
As vítimas dos crimes também são seduzidas por falsas garantias de ausência de riscos nas transações financeiras com moedas virtuais, principalmente porque não dominam o assunto. O campeão mundial de boxe, Acelino Popóé, por exemplo, foi uma das vítimas. Ele sofreu um golpe de R$ 1,2 milhão.
No ranking, a empresa que deixou o maior número de vítimas foi a Trust Investing, cujo líder é Patrick Abrahão. Na lista de vítimas, constam 1,3 milhão de pessoas, no Brasil e em outros 80 países. O prejuízo acumulado dos investidores que perderam dinheiro com esta pirâmide é estimado em R$ 4,1 bilhões.

Faraó dos bitcoins
O esquema que movimentou mais dinheiro, porém, foi o da empresa GAS, de propriedade do empresário Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como “faraó dos bitcoins”. O volume movimentado foi de R$ 38 bilhões. Ele foi convidado a depor na CPI da Câmara dos Deputados que investiga a atuação das pirâmides financeiras de criptomoedas no país.
Segundo o Faraó dos Bitcoins, a responsabilidade pela derrocada de sua empresa teria sido da Polícia Federal (PF). A corporação pôs fim ao negócio e prendeu Glaidson em agosto de 2021, no âmbito das investigações da Operação Kryptos.
Além de responder por crimes contra o sistema financeiro nacional, o Faraó dos Bitcoins é investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é suspeito de envolvimento em um homicídio.
