Cinco pessoas foram presas nesta terça-feira, 1, suspeitas de sequestrar, dopar e torturar internos de uma clínica de reabilitação clandestina em Abadia de Goiás. O local, que funcionava sem alvará de licença há cerca de seis anos, abrigava ao menos 15 dependentes químicos, conforme o delegado Humberto Soares. 

As vítimas também eram ameaçadas e mantidas em cárcere privado sem qualquer acompanhamento médico. O local, que realizava internações compulsórias (sem decisão judicial, laudo médico e contra a vontade do dependente químico), inclusive, também é investigado por matar um homem, em Posse. A vítima foi enforcada até a morte por três suspeitos em junho deste ano, após reagir a internação. 

“Os três se identificaram como policiais e abordaram a vítima, que reagiu. Os suspeitos, então, deram um mata-leão nele e o mataram. Eles foram ao hospital de Simolândia e deixaram a vítima lá jogada, alegando que ele teve uma overdose. A família pagou R$ 2 mil pela internação, mas havia internos que tinham uma mensalidade de R$ 5 mil”, afirmou Humberto.

A polícia chegou até o local após a morte do homem, de acordo com o delegado. Ao iniciar as investigações, a corporação se deparou com uma série de irregularidades, tendo descoberto que a clínica já havia sido interditada em outras ocasiões por estar funcionando de forma irregular.

“Foram apreendidos uma arma de fogo e dois veículos, sendo que um deles foi usado para sequestrar a vítima em Posse. A prefeitura do município está ciente e já enviou uma equipe para acompanhar o traslado destes pacientes. Alguns deles têm problemas de saúde e outros possuem necessidades especiais”, concluiu.