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por Fred Le Blue*

https://www.youtube.com/watch?v=bmEg5O5pGhA

Alguns votaram contra o Imposto, mas a favor do Plano; outros o contrário, tendo lido o relatório deste na véspera da votação; alguns votaram a favor de tudo a mando do prefeito; outros, contra; alguns se abstiveram do voto em uma ou outra votação e usam do não-voto como trunfo; outros votaram mas parecem que não estavam ali; um nunca vota. Muitos, depois da lambança, se disseram enganados pelo prefeito pastor como ovelhinhas de presépios e estão dispostos a mudar o voto. Eis que a nova velha novela da 7, “Papo de Jacaré”, recomeça…, todos só concordando mesmo quando o assunto é aumento salarial dos vereadores e dos gabinetes.

Capital símbolo da Revolução de 30 daqueles que lutaram contra o coronelismo oligárquico no país, Goiânia, construída para ser uma cidade modelo em termos urbanísticos e ambientais, que poderia ser a capital de 2030 (Agenda 2030), é hoje o retrato de uma paisagem cultural acossada por agentes políticos e econômicos poucos compromissados com o futuro da cidade enquanto bem comum “daqui para sempre”. A história de curta duração da votação, pois que foram votadas muito rapidamente, da Câmara dos Vereadores de Goiânia sobre a revisão do Plano Diretor e do Direito Tributário da cidade, certamente, vai entrar para o hall de bizarrices políticas e culturais colecionáveis com que essa coletividade costuma pulular no imaginário urbano no Brasil.

Sintonizado no contexto de polarização política nacional e global, a Casa do Povo goianiense, composta, predominantemente, por indivíduos brancos, homens e terratenentes é reflexo de uma sociedade brasileira que faz da coisa pública, o lócus de acumulação primitiva de capital privado -, ou, pelo menos, de defesa do capitalismo rentista e patrimonial. Com a revisão distorsiva dos valores do IPTU de milhares de domicílios, alguns moradores de bairros e condomínios de ricos tiveram redução de impostos, enquanto muitos de zonas periféricas tiveram aumento de mais de 45%, mostrando os desequilíbrios de uma balança que pende para o lado do mais fraco, em um período de estagflação, que já tem prejudicado os deserdados do Brasil. Por outro lado, as áreas descentradas são a que mais sofrem com a ingerência ou omissão de políticas públicas municipais de segurança, saúde, educação, mobilidade, infraestrutura e meio-ambiente, que a atual proposta do Plano Diretor parece consolidar por seu caráter impositivo e “imPopular”, assim como o novo imposto, sem participação da sociedade civil.

Com um Plano IMPOSTOR e um IMPOSTO Desplanejado, teremos que fazer mais do que apelar para Deus, como sugerem alguns vereadores, que se utiliza de religião em um Estado Laico, como estratégia bom-mocista de blindagem pessoal e apoio eleitoral para seus papéis nefastos de advogados do Diabo (do Sindimóveis) por aprovarem a privatização de paraísos terrestres, como Área de Preservação de Ambiental (APA).

Como os pastores que ocuparam em 2020 o Morro do Além (Morro das Orações), no Setor Gentil Meirelles, para criar ali uma igreja, a maioria os vereadores de Goiânia fazem sua “guerra santa” com cruz no pescoço em nome de um modelo desenvolvimento urbano insustentável. Hereges profanadores reptícios do patrimônio natural e urbano, atende somente aos seus apetites vorazes e velozes por grilagens urbanas das terras públicas para conseguir mais votos e verbas em ano de “reeleição”.

Não gostam de praças e parques, simplesmente, porque esses equipamentos não pagam impostos e permitem criar sentimento de consciência cidadã, que está fazendo falta para não reeleger esses políticos pecilotérmicos (sangue frio) com “olhos de crocodilo” e mãos de rapina. Não são mensageiros do Senhor Jesus, mas, sim guardiões do pastor Cruz -, atual prefeito do Partido do Crivella, eleito como vice de Maguito, que nos deixou esse Rogerito sem noção que é governado pelos “correligionários” do partido Republicanos (“turma de Brasília”) e da Igreja Universal.

https://youtu.be/pD4XCnBU8II

Dia 28 de fevereiro às 19:00