Leia o poema de Mario Quintana sobre a enchente de 1941 em Porto Alegre

13 maio 2024 às 12h40

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“Reminiscências”, poema de Mario Quintana
“A enchente de 1941. Entrava-se de barco pelo corredor da velha casa de cômodos onde eu morava. Tínhamos assim um rio só para nós. Um rio de portas a dentro. Que dias aqueles! E de noite não era preciso sonhar: pois não andava um barco de verdade assombrando os corredores? Foi também a época em que era absolutamente desnecessário fazer poemas.”
Poema saiu no livro Sapato Florido
O poema de Mario Quintana foi publicado no livro “Sapato Florido”, de 1948, ela Editora Globo. Por sinal, o bardo não tinha apreço por quem colocava acento agudo no “a” de Mario.
Em 1941, há 83 anos, deu-se, até então, a maior enchente que o Rio Grande do Sul. O Guaíba chegou, naquele ano, a 4m76cm.
De acordo com Dulce Helfer, da Agência RBC, “na época, sem a proteção do muro da Mauá e outros sistemas de contenção, o Guaíba chegou até a Rua da Praia, atual Rua dos Andradas, no trecho junto à Praça da Alfândega, assim como em bairros às margens do rio”.
Segundo Gilberto Cunha, a enchente de 1941, deixou um saldo trágico: 70 mil pessoas tiveram de deixar suas residências e “mais de 600 empresas” foram “afetadas”. Falou, naquele tempo, em “revolta do Guaíba contra a cidade”.
No domingo, 5 de maio de 2024, o Guaíba, tornando-se um mar incontrolável e invadindo a cidade de Porto Alegre, chegou a 5m33cm.c Até a Casa de Cultura Mario Quintana foi afetada pela maior enchente da história.