Confira a lista de leitura do doutor em história pela USP Nasr Chaul para 2024

11 janeiro 2024 às 15h48

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1 — Uma Nova História da Humanidade, de David Graeber e David Wengrow
Ler para ver os argumentos dos autores, um deles não sobreviveu para ver a repercussão do livro, na análise que propõem para rebater as análises das sociedades da agricultura às cidades e a origens do Estado e da Democrata. Gosto demais de revisões da História.

2 — Minha Sombria Vanessa, de Kate Elizabeth Russel
Trata da relação antiga entre aluna e professor, ele bem mais velho, descrevendo uma espécie de Lolita contemporânea. Dentro dos novos patamares de relacionamentos, com todos os problemas atuais de comportamentos amorosos, me parece instigante e uma leitura leve. Ou não.
3 — O Príncipe Maldito, de Mary Del Priore
Mary tem diversos estudos sobre a história da sociedade e vem se especializando na família real portuguesa no Brasil. Aqui propõe mergulhar nas traições e loucuras da família imperial. Como gostei muito de sua obra sobre “A Condessa de Barral e Histórias Íntimas”, estou curioso pra ver por onde essa colega historiadora vai decifrar essa história familiar.

4 — Salvar o Fogo, de Itamar Vieira Junior.
Depois de uma estreia exuberante com “Torto Arado”, não tive tempo para ver a performance do autor no novo livro. Seus personagens extraídos das entranhas da vida brasileira com os sofrimentos e reações acima dos preconceitos, talvez mantenha o nível do livro anterior, apesar das críticas feitas e questionadas acerca da nova obra. Vamos ler para crer.
5 — O Deserto e Sua Mente, Jorge Baron Biza
Li em algum lugar uma crítica positiva de uma história real cuja mulher tem seu rosto desfigurado pelo marido que, após o divórcio, agride a mulher na frente do filho e a busca de sua identidade após o episódio com a ajuda do filho. Uma dupla história de realidades romanceadas que se passa nos anos 60 na Argentina. Tanto o marido como o autor cometem suicídio. Muita tragédia numa Argentina não menos trágica. Um tango triste.
6 — Goiás: Reflexão e Ressignificação. Volumes 1 e 2, coordenação de Jales Mendonça e Nilson Jayme
Os livros tratam de revisões e analistas de tópicos dos processos históricos de Goiás nas áreas da História, Geografia, Memória e Patrimônio, Literatura, Cronistas e Viajantes e Povos Originários. Ótima coleção de diversos coordenadores por obras. Li e escrevi para o Volume 1 e pretendo terminar o segundo em 2024.
7 — Travessia e Travessuras, de Lêda Selma de Alencar
A rica poesia da contista, cronista, poeta e literata Lêda Selma é plena de encantamento. Nessa reunião de poemas, toda a beleza e criatividade da autora nos prende e arrebata. Leio sempre e prometi a mim mesmo terminar em 2024. Atente para o prefácio de Gilberto Mendonça Teles sobre a obra poética de Lêda.
8 — Passagens, de Walter Benjamin
A obra de Benjamin é obrigatória para se compreender a história cultural das sociedades (e cidades). “Passagens” é uma de suas principais reflexões de 1935 a 1939 com seus mares de citações e ensinamentos. Li boa parte mas é uma obra mais para pesquisa do que para deleite. Há uma ótima nota introdutória de Willi Bolle, que já nos brindou com seu “grandesertão.br” É uma leitura hercúlea mas de imenso valor reflexivo. Tomara que consiga terminar.
9 — Walt Whitman — A Formação do Poeta, de Paul Zweig
Uma releitura que faço todos os anos. A poesia de Whitman é o Céu no Chão. Foi um presente sensacional do jovelho Euler de França Belém e colou em mim de tal forma que nunca mais larguei. Promessa de releitura que certamente será novamente feita.

10 — Aniquilar, de Michel Houellebecq
Leio sempre o autor francês, que me surpreendeu com “Submissão” na estreia. Estreia pelo menos para mim. Gostei menos de “Serotonina” mas ainda me cativou. Espero
Nessas andanças e intrigas por Paris e suas nuances de crimes e castigos, o autor mantenha sua pegada original.
11 — Desaparecer de Si: Uma Tentação Contemporânea, de David Le Breton
Me foi indicado pelo amigo Lisandro Nogueira essa intrigante obra de um possível enfrentar do mundo contemporâneo através da ausência de comunicação e das perdas de perspectiva diante do colapso do tempo vivido. Pretendo que seja minha primeira leitura de 2024.