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Depois da refrega o PMDB tem obrigação de recuperar o tempo perdido. Não será fácil, mas ainda dá tempo. Evitar defecções é a primeira e mais urgente tarefa. Júnior Coimbra não causou toda esta turbulência sozinho. O deputado tem apoios na legenda e não vai desistir tão cedo de derrotar Miranda e Kátia. Por outro lado a militância está ávida por um projeto político consistente de mudança. Agora chegou a hora de o PMDB mostrar a sua força.
Um marqueteiro diz que é possível fazer uma boa campanha de televisão — para uma candidatura de governador — com 5 milhões de reais. E com equipamentos e profissionais da mais alta qualidade.
Outro marqueteiro assegura que com menos de 10 milhões de reais não se faz uma campanha de excelente nível.
Comentário do mercado persa da política: Iris Rezende colocaria 50 milhões de reais na campanha para governador, Armando Vergílio arranjaria mais 20 milhões de reais. Não se sabe quanto Ronaldo Caiado estaria disposto a conseguir.
O fato é que os pré-candidatos estão dizendo que está muito difícil arrancar dinheiro dos empresários, sejam empreiteiros, banqueiros. Já fazendeiros não dão dinheiro para campanha nem que a vaca tussa em aramaico.
A cúpula do PTB diz que o PP de José Eliton quer ficar casado com a base aliada mas levando vida de solteiro.
Explica-se: o PP, segundo os petebistas, quer composição para deputado federal, mas rejeita para deputado estadual. O PSD, o PTB e o PSDB já estão fechados, mas o PP planeja uma aliança apenas com o PRB.
A deputada Josi Nunes avalia que a senadora Kátia Abreu salvou o PMDB e a candidatura do ex-governador Marcelo Miranda. A ameaça de deixar a senadora sem legenda para disputar a reeleição mobilizou a executiva nacional do partido a tomar uma decisão definitiva. A deputada lembra que a filiação de Kátia ao PMDB envolveu inclusive a presidente Dilma Rousseff. Para a deputada foi uma estupidez de Júnior Coimbra medir força com a senadora.
A base do governador Marconi Perillo ficou muito incomodada com a indicação do deputado evangélico Luiz Carlos do Carmo, irmão do respeitado pastor Oídes José do Carmo, para suplente do candidato a senador pelo DEM, Ronaldo Caiado.
Mas o incômodo maior foi com a confirmação do apoio do bispo Manuel Ferreira, chefão das Assembleias de Deus no Brasil, à candidatura de Ronaldo Caiado.
O bispo Manuel Ferreira, um dos evangélicos mais respeitados do país, apoia Marconi Perillo para governador, mas não abre mão do apoio a Ronaldo Caiado para senador. Ambos “defendem a família”.
De um jovem peemedebista: “Iris Rezende e Ronaldo Caiado tradicionalmente deixam para terceiros a busca de dinheiro para suas campanhas. Este ano, vai sobrar para Armando Vergílio. Mas resta saber se o presidente do Solidariedade terá cacife para bancar a campanha toda”.
Armando Vergílio é ligado ao setor de seguros, portanto às financeiras, mas não tem condições de bancar uma candidatura majoritária integralmente.
Um político goiano comprou um King Air por mais de 6 milhões de reais. O negócio é nebuloso e deve aparecer, com estardalhaço, na campanha eleitoral. Sabe-se que uma empresa teria bancado, direta ou indiretamente, o avião. A bomba vai explodir em Goiânia.
Outro político “sentou-se” na documentação sobre uma empresa que recebeu uma fortuna (parte ilegalmente) e que supostamente pagou o avião e não libera nada nem mesmo para o Tribunal de Contas dos Municípios. Mas parte da documentação já é conhecida. A bomba pode dinamitar uma candidatura ao governo. O dossiê vai ser guardado, possivelmente, para o momento apropriado.
Há um consenso na base governista de que o empresário Alexandre Baldy, apesar de ter muito dinheiro, pode ser o grande fiasco eleitoral deste ano.
Tido e havido como o Júnior Friboi do PSDB, Baldy é candidato a deputado federal. Porém voto mais prometido do que conquistado às custas de “estrutura” raramente é confiável. O tucano-boy pode estar sendo enganado pelos espertalhões de sempre.
Nos últimos dias, cresceu o nome de Fábio Sousa (PSDB) para deputado federal. Sempre apontado como candidato de uma só igreja evangélica, a Fonte da Vida, dirigida por seu pai, o apóstolo César Augusto, o deputado estadual tem sido mencionado, nas rodas palacianas, como um dos favoritos.
Fábio Sousa é articulado e está começando a sair do gueto evangélico. Ele percebeu que é um representante da sociedade, não apenas dos evangélicos.
Lucas Vergílio, formado em administração de empresas e atuante na área de seguros, será candidato a deputado federal pelo Solidariedade. Ele é filho do deputado federal Armando Vergílio. É articulado e apaixonado por política.
Se montar uma estrutura adequada, com apoio em várias cidades de Goiás, Lucas Vergílio tem chance de ser eleito. É marinheiro de primeira viagem, mas tem um pai experiente que pode guiá-los pelos novos caminhos.
Acredita-se que, com discurso moderado e amplo ouvido voltado para o que “dizem” as ruas, o deputado federal Vilmar Rocha pode sair do terceiro lugar, atrás de Ronaldo Caiado e Marina Sant’Anna, e se eleger senador.
“O crescimento de Vilmar vai ser paulatino, avançando semanalmente. Mas, se fizer uma campanha bem feita, mais propositiva do que agressiva, pode acabar sendo eleito”, afirma um marqueteiro experimentado.
O mesmo marqueteiro diz que, se as eleições fossem realizadas hoje, Ronaldo Caiado, do DEM, seria o próximo senador por Goiás. O profissional sugere que o democrata deve ter o máximo de cuidado para não ficar com a imagem de truculento.
Líder político em Aparecida de Goiânia, o ex-vice-prefeito Tanner de Melo deve ser candidato a deputado federal pelo DEM. É tido como fraco, mas tem o apoio de Ronaldo Caiado, que é forte.
Tanner de Melo tem recursos para bancar uma campanha que, sabe-se, é muito dispendiosa. Resta saber se ele e sua família querem gastar dinheiro numa campanha de resultados incertos.
Rafael Carneiro Rocha
Qualquer pessoa adulta que viva em sociedade deve ter a imaginação devidamente abastecida de episódios que envolvem relacionamentos entre homens e mulheres. Temos um repertório considerável de exemplos reais (vindos da família, dos amigos e dos vizinhos) e imaginários (vindos dos filmes, dos livros, das músicas e das novelas) de juras de amor eterno, paixões arrebatadoras, namoros secretos, crimes passionais e adultérios.
Somos muito hábeis para reter informações sobre relacionamentos dos outros, mas temos também, graças à nossa inteligência, a capacidade de emitir juízos sobre esses assuntos. Quando lemos uma notícia sobre um crime passional, opinamos facilmente que, se um determinado namorado amasse, verdadeiramente, a jovem amada, ele não a teria assassinado brutalmente por uma crise de ciúmes. Quando sabemos que uma mulher é avisada, de antemão, pelo marido que ele dá escapulidas periódicas, mas que ainda assim, pretende manter o casamento, nos compadecemos facilmente com a indignação dela. Os nossos juízos, nestes casos, são fundamentados a partir de convicções bastante razoáveis.
A razão, simplesmente, nos orienta a repudiar o que é contraditório ao conceito do qual pensamos. Imaginemos o seguinte jogo, cujo conteúdo é tão somente um acordo de razão. Duas pessoas aceitam, livremente e de comum acordo, um dado princípio. Uma delas desobedece, em seguida, àquele princípio. Se formos solicitados, a partir desse caso, a utilizar a razão para apontar quem está certo e quem está errado, não teremos dificuldade alguma em estabelecer essa relação. Quem guardou o princípio está certo e quem o desobedeceu está errado.
Infelizmente, certos debatedores públicos, por falharem no exame meticuloso dos conteúdos dos quais opinam, ao considerarem um impasse entre dois elementos de um problema como uma rivalidade entre quem tem razão e quem não tem, não hesitam em considerar como certo o traidor do princípio e, como errado, o guardião. Isso ocorre, na maioria das vezes, não porque quem faz o discurso é, necessariamente, um estúpido, mas porque adotou como ponto de partida um conceito precário.
Se retornarmos ao exemplo do namorado assassino, caso nos fosse acrescentado que esse indivíduo defendia, conceitualmente, que tinha amor pela vítima, a nossa razão nos inclinaria a afirmar que ele a amava segundo critérios precários. A possibilidade de assassinar uma pessoa por causa de ciúme não é algo que uma pessoa sensata atribuiria à definição de amor. De qualquer forma, esse é um exemplo de reconhecimento imediato da vítima. Somente um advogado cínico, de boa retórica, poderia defender aquele namorado.
Por outro lado, em alguns casos, precisamos examinar com mais agudeza as regras do jogo para que não tachemos como vítima o elemento que fugiu do compromisso assumido. Imaginemos, portanto, um contexto em que dois elementos, livremente e de comum acordo, estabelecem que o amor seja explicado a partir de atributos estabelecidos por uma tradição religiosa, tais como obediência e fidelidade ao Magistério. O elemento daquele contexto que atribuir conceitos que contradizem a tradição religiosa estará, no âmbito da análise racional, errado. Isso se explica porque a afirmação de tal erro parte de uma imposição da nossa própria razão, e não dos conteúdos daquele credo.
O observador externo àquele contexto, que tem dúvidas acerca dos conceitos da religião, pode participar legitimamente de um debate racional, mas será fatalmente irracional o elemento que aceitou o acordo religioso e que quer mantê-lo paralelamente à sua desobediência aos princípios dos quais jurou livremente ser um fiel guardião.
É nesse sentido que se deve aplicar coerência de princípios à Arquidiocese de Goiânia, que recentemente emitiu uma polêmica nota, com o seguinte trecho: “O Pe. César recebeu a ordenação sacerdotal aos 12 de dezembro de 1984, pela imposição das mãos de Dom Fernando Gomes dos Santos, primeiro arcebispo de Goiânia. Na ocasião, o novo padre assumiu o grave compromisso de anunciar a Boa Nova, ensinar a doutrina católica, administrar sacramentos e oferecer bênçãos segundo a Tradição da Igreja e em comunhão com o Magistério Eclesiástico. O neossacerdote assim se comprometeu livremente, sendo acolhido como padre diocesano, um colaborador do ministério dos arcebispos de Goiânia”.
Talvez estejamos entorpecidos por relatos de amor que nos vêm das fofocas dos vizinhos, dos slogans politicamente corretos e da cultura popular, de modo que não nos preocupemos mais em refletir sobre os princípios que regulam histórias de amor cada vez mais raras. Talvez o compromisso de um sacerdote em amar a Igreja seja algo estranho aos nossos entendimentos exigentes por exemplos “práticos”, imediatos e tanto mais sensacionalistas para que possamos compreendê-los devidamente. O problema é que um conceito de caráter misterioso como o amor, não se revela necessariamente a partir de estardalhaços retóricos, de discursos autopiedosos e de preferências apetitivas.
A própria Igreja nos propõe a amar muito mais a partir de um convite ao profundo exame de consciência do que no conhecimento dos discursos de seus dois milênios de Magistério vigoroso e rico sobre o assunto (ainda mais a partir de frases selecionadas do papa, interpretadas fora do contexto da tradição de que ele é o depositário principal). No contexto da tradição católica, todos aqueles que são tidos como exemplos de pessoas que muito amaram, muito se recolhiam em orações, meditações e mortificações silenciosas.
Antes de falar de amor, é preciso se calar um pouco. O silêncio é bom para todos. É bom para os parceiros de negócios, para os ateus, para os indecisos, para os estudantes, para os casais, para o jovem que precisa discernir se deve ou não ser sacerdote e para os debatedores públicos, que precisam escolher argumentar a partir de princípios bem fundamentados.
Rafael Carneiro Rocha é servidor público, jornalista e especialista em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (Ifiteg).
“Que exemplo estamos dando a nossos filhos?”
Edna Freitas Sobre a nota “‘Foi um horror’, diz Joaquim Barbosa sobre xingamentos contra a presidente Dilma” (Jornal Opção Online), que exemplo esses pais estão dando para seus filhos? Estamos no fim do mundo mesmo. Se achamos que o governo não esta correto, então vamos mostrar para eles que somos piores? Não concordo com as atitudes dessas criaturas, que ao invés de dar o bom exemplo, vão ao estádio fazer baixarias para que os outros países vejam como o Brasil está ficando. Concordo com o sr. ministro. E-mail: [email protected]“Gestão da Cemig é um exemplo a ser seguido”
Helton Junior A Celg sempre foi usada como instrumento de fornecimento de financiamento de campanha de políticos inescrupulosos. Os gestores sempre foram políticos. Estava na cara de que nunca iria para frente. Apontem-me alguma coisa que um político, nos tempos atuais, fez, que não teve o intuito de levar o dele? Parabéns aos gestores da Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais], um exemplo a ser seguido. Uma pena Goiás não ter sido gerido por vocês. E-mail: [email protected]“Verdade contada e sentida nas obras de Gabriel García Márquez”
Serginho Brasil Ao passo que li cada linha do artigo “Nunca consegui sair de Macondo”, de Larissa Parente (Jornal Opção 2031, caderno Opção Cultural), percebi que os admiradores de Gabo (olha a minha intimidade) sentem toda a paixão que esse homem dedicou sobre cada palavra de suas obras. Mais do que isso, somaram às suas vidas a verdade contada e sentida em cada obra. Sinto não escrever sobre a morte, ela que vem para tirar o homem de dentro do mundo que ele construiu. E-mail: [email protected]“Grande dom para a escrita”
Lenna Borges Encantada com o texto de Larissa, apesar de conhecedora de sua admiração/paixão por Gabriel García Márquez. Não tenho intimidade (ainda) de chamá-lo pelo apelido carinhoso. Estou tentando (ano corrido demais) ler sua maior obra, por sua influência, e assim compartilhar contigo minhas considerações. Abraços, você tem um grande dom para a escrita. Pratique mais vezes. E-mail: [email protected]“Barbosa se aposenta por ser honesto”
Josuelina Filgueiras Creio que a antecipação da aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa é devido a sua honestidade. Não deve ser fácil para ele abrir mão de seus princípios, relevar aquilo que considera errado, fora da lei. Dizem que ele é orgulhoso, vaidoso, sei mais lá o quê. Se fosse, não abriria mão de 10 ou 11 anos a que tem direito de permanecer no STF. Seu temperamento não é de gratidão. Quem o nomeou como o primeiro ministro negro da Corte pensando que poderia manipulá-lo se ferrou feio, principalmente no julgamento do mensalão. Na vida do ministro não cabe o dito: se não pode com o inimigo, alie-se a ele. Bravo, bravo, ministro Joaquim Barbosa! E-mail: [email protected]Candidato a deputado estadual pelo PHS, Chiquinho Oliveira tem sido visto nos quatro cantos do Estado. Ele aparece em Morrinhos e, de repente, está em Aparecida de Goiânia.
Neste município, conseguiu o apoio do, entre outros, tucano Maione Padeiro. Este vai apoiar a reeleição do deputado federal tucano João Campos.