Trump endurece discurso contra Maduro e declara espaço aéreo da Venezuela “totalmente fechado”
29 novembro 2025 às 11h58

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a pressão sobre Nicolás Maduro e afirmou, neste sábado, 29, que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “totalmente fechado”. A declaração, feita na rede Truth, reforça a possibilidade de uma ofensiva aérea norte-americana no país.
“A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela totalmente fechado”, escreveu o presidente. Trump não detalhou se a medida implica restrições oficiais ou operação militar imediata, mas o anúncio ocorre no momento em que os EUA ampliam sua presença militar na América Latina e intensificam ameaças contra o regime chavista.
Na quinta-feira, 27, Trump já havia afirmado que um ataque terrestre à Venezuela “pode acontecer em breve”, como parte da estratégia norte-americana de combate ao tráfico de drogas na região.
Movimentação militar dos EUA na região
Maduro e integrantes do alto escalão do chavismo têm sido os principais alvos das declarações de Washington. Em julho, o governo americano classificou o presidente venezuelano como chefe do cartel de Los Soles — grupo que os EUA passaram a tratar como organização terrorista internacional. A mudança abriu brechas legais para ações militares em outros países sob o argumento do combate ao “narcoterrorismo”.
Desde então, os EUA deslocaram para a região o porta-aviões USS Gerald R. Ford — o maior do mundo — além de navios de guerra, caças F-35 e um submarino nuclear. É a Operação Lança do Sul, lançada em 13 de novembro.
O Pentágono informou ter realizado 22 ataques contra embarcações no Caribe e no Pacífico, alegando ligação com o tráfico internacional de drogas. No entanto, Washington não apresentou provas públicas dessas conexões.
Preparação para possível operação terrestre
Embora os ataques recentes tenham ocorrido apenas no mar, fuzileiros navais dos EUA posicionados em bases na América Latina vêm executando treinamentos que simulam uma incursão terrestre. Entre os exercícios divulgados pelo Comando Sul (SOUTHCOM) estão infiltração, guerra na selva, desembarque de tropas e voos com caças de combate.
Resposta de Maduro
O governo venezuelano afirma que a escalada militar é uma tentativa de interferência externa e classificou as declarações de Trump como uma “ameaça imperial”. Em resposta, Maduro iniciou uma mobilização interna e voltou a afirmar que está “pronto para lutar” caso os EUA avancem com uma operação direta no país.
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