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O novo tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump atingirá cerca de 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), com base em um levantamento preliminar que considerou os valores exportados pelo Brasil ao longo de 2024.

A sobretaxa, anunciada no dia 30 por meio de ordem executiva da Casa Branca, veio acompanhada de uma lista com cerca de 700 exceções. Esses produtos continuarão sujeitos à tarifa de até 10% definida anteriormente, em abril. De acordo com o Mdic, a exclusão desses itens da nova taxação representa 44,6% do valor total das exportações brasileiras aos EUA.

Entre os produtos poupados estão bens de grande peso na balança comercial, como aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro — o que, segundo o governo brasileiro, ajuda a mitigar o impacto imediato da medida. Ainda assim, o efeito sobre setores industriais será significativo, especialmente no que diz respeito às mercadorias que não constam na lista de exceções.

Além dos 35,9% que serão diretamente afetados pela nova alíquota de 50%, outros 19,5% das exportações brasileiras para os Estados Unidos já estão sujeitos a tarifas específicas, aplicadas por Washington com base em argumentos de segurança nacional. Essas tarifas, vigentes desde fevereiro e com início da cobrança em março, atingem produtos como autopeças, automóveis, aço, alumínio e cobre, com taxas que variam entre 25% e 50%.

Na prática, isso significa que 64,1% das exportações brasileiras para os EUA continuam em situação comercial equivalente à de outros países, seja por estarem isentas do tarifaço (44,6%), seja por estarem enquadradas em regimes tarifários anteriores (19,5%).

O levantamento divulgado pelo Mdic é preliminar e poderá ser ajustado, dependendo de esclarecimentos adicionais que o governo brasileiro espera obter de Washington. A principal dúvida gira em torno da definição técnica de determinados produtos e suas especificações, que podem ou não estar incluídos na lista de exceções.

O ministério também informou que as mercadorias brasileiras que já estão em trânsito com destino aos Estados Unidos não serão afetadas pelas novas tarifas, desde que tenham sido embarcadas até sete dias após a data da publicação da ordem executiva, respeitando as condições previstas no texto da medida.

A tabela completa com o impacto percentual por categoria de produto, segundo dados de exportações em 2024, foi publicada pelo Mdic e está disponível para consulta pública.

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