A prisão do estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, em Massachusetts, nos Estados Unidos, provocou uma série de protestos e reacendeu o debate sobre a atuação do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA). O jovem, que vive na cidade de Milford, foi detido durante uma blitz de trânsito quando dirigia o carro do pai, que é considerado foragido pelas autoridades americanas.

Colegas de Marcelo organizaram manifestações pedindo sua libertação. Nesta segunda-feira, 2, manifestantes se reuniram em uma rua de Milford com cartazes que diziam “Libertem Marcelo” e “Eu apoio Marcelo”, segundo a emissora WCVB, afiliada da CNN. No domingo, 1º, um protesto de maior escala ocorreu nos arredores de Boston.

A governadora de Massachusetts, Maura Healey, expressou indignação com a forma como a prisão foi conduzida. Em nota, Healey declarou estar “perturbada e indignada” com a detenção do estudante a caminho de um treino de vôlei. Ela cobrou transparência do ICE e exigiu informações imediatas sobre os motivos da prisão, a localização de Marcelo e o respeito ao devido processo legal.

“Mais uma vez, autoridades locais foram deixadas no escuro, sem aviso prévio”, afirmou a governadora, que também criticou duramente políticas migratórias adotadas durante o governo Trump.

ICE admite que alvo era o pai, não o estudante

De acordo com Todd Lyons, diretor interino do ICE, e Patricia Hyde, diretora interina das Operações de Remoção em Boston, Marcelo Gomes não era o alvo da operação. As autoridades buscavam seu pai, que permanece foragido. “Ele não é o pai do ano, pois trouxe o filho para cá ilegalmente”, declarou Lyons.

Segundo as autoridades, o estudante foi detido após ser parado em uma blitz. Ao constatar que ele estava em situação migratória irregular, o ICE decidiu pela prisão. O órgão afirmou que “está apenas cumprindo a lei de imigração”.

No domingo, um juiz federal emitiu uma ordem de emergência impedindo que Marcelo Gomes fosse transferido para fora do estado por 72 horas. A medida atende a um pedido judicial que alega detenção ilegal do estudante.

A defesa de Marcelo afirma que ele entrou legalmente nos Estados Unidos com um visto de estudante, que já expirou, mas reforça que ele é elegível e pretende solicitar asilo no país.

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