Prêmio Nobel da Paz reconhece resistência de María Corina Machado contra o autoritarismo de Maduro
10 outubro 2025 às 07h58

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A líder opositora venezuelana María Corina Machado recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025, anunciado nesta sexta-feira, 10, pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo. O reconhecimento internacional reforça a denúncia sobre a repressão política na Venezuela e a perseguição a opositores do regime de Nicolás Maduro.
Machado, engenheira de 57 anos, tornou-se símbolo da luta democrática no país após ser impedida judicialmente de disputar as eleições presidenciais de 2024 — processo amplamente questionado por organismos internacionais. Mesmo afastada da disputa, ela articulou a candidatura do opositor Edmundo González Urrutia, cuja vitória foi negada pelo governo venezuelano em meio a denúncias de fraude.
Em nota, o Comitê destacou que a venezuelana é premiada “por sua defesa incansável dos direitos democráticos e por sua luta por uma transição pacífica da ditadura para a democracia”. O texto descreve Machado como uma liderança que “mantém acesa a chama da liberdade em meio à escuridão do autoritarismo”.
Desde 2024, María Corina vive escondida na Venezuela, após ser alvo de perseguição política e ver aliados presos ou exilados. Sua trajetória inclui a fundação de organizações civis voltadas à transparência eleitoral e ao acolhimento de crianças em situação de vulnerabilidade, além de um mandato parlamentar interrompido à força em 2014.
O prêmio deste ano ocorre em um contexto global de tensões políticas e retrocessos democráticos. Analistas apontam que a escolha de Machado pelo Nobel envia uma mensagem clara contra regimes autoritários e em favor da resistência civil.
Entre os cotados para o prêmio estavam o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), a ONU e organizações humanitárias do Sudão, mas a decisão de premiar uma liderança política em meio a um regime repressivo foi interpretada como um gesto de forte simbolismo político.
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