Polonês faz história ao descer o Monte Everest de esqui sem oxigênio

28 setembro 2025 às 12h25

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O alpinista polonês Andrzej Bargiel fez história ao se tornar o primeiro a descer esquiando o Monte Everest sem recorrer ao uso de oxigênio suplementar. O feito foi anunciado por sua equipe nesta quinta-feira, 25, após o atleta atingir o cume na segunda-feira, 22. Em vídeo publicado no Instagram, o esquiador comemorou a conquista.
Embora algumas descidas de esqui no Everest já tenham ocorrido, nenhuma havia sido realizada de forma ininterrupta sem oxigênio adicional, segundo a AFP. Em 2000, o esloveno Davorin Karnicar completou a primeira descida do cume ao acampamento base usando oxigênio engarrafado.
Chhang Dawa Sherpa, da empresa de expedições Seven Summit Treks, explicou que Bargiel desceu até o Acampamento 2, passou a noite e chegou ao acampamento base no dia seguinte.
“Foi um desafio realmente difícil, e ninguém tinha feito isso antes”, disse Sherpa à AFP. A aventura incluiu a travessia da “zona da morte”, acima de 8.000 metros, onde a baixa concentração de oxigênio aumenta os riscos de mal de altitude. Durante o percurso, Bargiel enfrentou uma forte nevasca e permaneceu cerca de 16 horas em condições extremas.
Ao chegar ao acampamento base, ele foi recepcionado com uma khada, lenço tradicional budista. Sua façanha foi celebrada pelo primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk. “O céu é o limite? Não para os poloneses! Andrzej Bargiel acaba de descer esquiando o Monte Everest”, escreveu Tusk nas redes sociais.
Bargiel já havia se destacado em 2018 ao se tornar o primeiro a descer de esqui o Monte K2, no Paquistão, a segunda montanha mais alta do mundo. Tentativas anteriores no Everest, em 2019 e 2022, foram interrompidas por uma sérac instável e ventos fortes. O feito faz parte do projeto Hic Sunt Leones, em que ele busca completar descidas de esqui nos picos mais altos do planeta.
No Paquistão, Bargiel já esquiou todos os quatro “oitentistas” do Karakoram. Ele também conquistou descidas de esqui no Manaslu, no Nepal, e no Shishapangma, no Tibete. Expedições no outono ao Everest são raras devido ao terreno mais nevado, aos dias curtos e frios, e à estreita janela de oportunidade para alcançar o cume.