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Políticos do Nepal foram evacuados nesta terça-feira, 9, em operações aéreas conduzidas por helicópteros militares, após protestos contra o governo tomarem as ruas da capital, Katmandu.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram aeronaves indianas HAL Dhruv realizando resgates com corda, já que não havia áreas seguras para pouso próximo às casas dos ministros e parlamentares. A cena remeteu a operações como a evacuação dos Estados Unidos em Saigon, em 1975, e a retirada de tropas de Cabul, em 2021.

Segundo relatos locais, residências de ministros e de ex-primeiros-ministros foram invadidas e incendiadas. O ex-premiê Jhalanath Khanal teve a casa atacada com fogo, e sua esposa, Rajyalaxmi Chitrakar, teria morrido durante o incidente. O atual primeiro-ministro, Khadga Prasad Oli, também teve sua residência incendiada.

As forças de segurança retiraram líderes, familiares e funcionários para um quartel militar, após ataques diretos contra imóveis privados e prédios públicos, incluindo o Parlamento, o gabinete presidencial e a sede do Supremo Tribunal.

O que acontece no Nepal

As manifestações começaram após o governo bloquear 26 redes sociais — entre elas Instagram, Facebook, Twitter e YouTube — sob a alegação de descumprimento de regras locais. O ato gerou forte reação popular, especialmente entre jovens de 18 a 30 anos, que organizaram protestos em Katmandu.

Na segunda-feira, 8, a polícia abriu fogo contra os manifestantes, deixando ao menos 19 mortos. Mesmo com a suspensão do bloqueio das redes no dia seguinte, os protestos se intensificaram, ampliando o foco para denúncias de corrupção e descontentamento com a classe política.

O saldo parcial é de 25 mortos e mais de 100 feridos. Diante da escalada da crise, o premiê Oli apresentou renúncia, mas foi nomeado para chefiar um governo interino até a formação de nova administração.

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