COMPARTILHAR


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por cerca de 30 minutos nesta segunda-feira (6) com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma ligação que buscou abrir uma linha direta de comunicação entre os dois países. Durante a conversa, Lula pediu a revisão do tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros e a retirada das sanções impostas a autoridades nacionais

Segundo nota do Palácio do Planalto, os dois líderes trocaram telefones e concordaram em marcar um encontro presencial em breve. Lula sugeriu a reunião durante a Cúpula da Asean, na Malásia, e reiterou o convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA), além de se colocar à disposição para viajar aos Estados Unidos.

O Planalto destacou que Lula e Trump relembraram a “boa química” do encontro realizado em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, quando os dois tiveram um breve contato no qual concordaram em manter diálogo contínuo.

O presidente brasileiro também enfatizou que o Brasil é um dos três países do G20 com superávit na balança de bens e serviços em relação aos Estados Unidos, reforçando a importância da revisão das medidas tarifárias. Trump, por sua vez, designou o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações sobre o tema, em coordenação com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Além das tarifas, Lula busca a revogação de sanções aplicadas a autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, bem como a retirada de restrições impostas via Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes e sua esposa.

Em meio a um dos momentos mais tensos das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, o contato direto entre os presidentes é visto pelo Planalto como uma oportunidade de restaurar a convivência amigável entre as duas maiores democracias do Ocidente.