Uma turista brasileira que fez o percurso da trilha do vulcão Rinjani conta que Juliana Marins pode ter sido enganada pela agência de turismo, seguindo experiência similar em 2017. A jovem de apenas 25 anos morreu depois de ficar três dias cerca de 600 metros abaixo da trilha. De acordo com a autópsia do corpo de Juliana, a publicitária teria falecido cerca de 20 minutos depois da queda devido a um sangramento interno na região torácica. 

A advogada e viajante, Maria Luiza Reuter, de 39 anos, afirma ao jornal O Globo que a viagem ao monte Rinjani, em 2017, foi marcada por uma enganação da agência de viagem quanto à dificuldade da trilha e um descaso das agências. De acordo com a advogada, a empresa teria vendido a trilha como algo “simples”. 

“As chances de a Juliana ter sido enganada são muito grandes. Lamento demais”, afirma Maria. Ainda segundo a mulher, a agência não teria fornecido os equipamentos necessários para fazer a trilha, mesmo afirmando que estes estariam à disposição na base do monte.  

Além disso, denunciou que o guia que acompanhava um grupo de seis pessoas fazia um total descaso com os turistas, que chegou a rir do desespero de Maria e da amiga que acompanhou a viagem. 

“Da entrada do parque até o local onde acamparíamos, foram seis horas de caminhada, e estávamos bastante cansadas quando chegamos à base do vulcão. Quando chegamos lá, ficamos atônitas. Era um lugar muito estreito, com despenhadeiros dos dois lados. Uma das minhas amigas teve uma crise de pânico, enquanto o guia ria da nossa situação. Ele queria que dividíssemos uma barraca com um rapaz que nunca havíamos visto na vida”, relata Maria. 

Outra denúncia levantada pela advogada foi que parte do percurso seria feita no escuro durante a madrugada na ilha de Lombok. De acordo com Maria, o líder da excursão teria levado apenas uma lanterna, que teria parado de funcionar cerca de 40 minutos após o uso. 

Na mesma semana, malaio é resgatado no mesmo monte em que Juliana se acidentou

O caso da morte de Juliana atraiu atenção internacional pela demora do resgate das autoridades indonésias pelo clima. Ao todo, foram cinco dias em que Juliana estava no local, sendo três delas ainda com vida. 

Na tarde da última sexta-feira, 27, foi revelado que um turista malaio havia sido resgatado em um ponto parecido de Juliana após escorregar para uma queda de 200 metros. O homem foi resgatado no mesmo pelas autoridades do parque nacional indonésio e tinha apenas pequenas escoriações na cabeça.

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