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As famílias dos 48 reféns ainda mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza realizaram nesta sexta-feira, 5, protestos em várias cidades de Israel para marcar os 700 dias do início da ofensiva militar israelense contra o enclave palestino. Organizadas pelo Fórum das Famílias dos Reféns, as manifestações criticaram os planos do governo de ampliar a ocupação militar no norte de Gaza e cobraram o retorno às negociações diplomáticas.

Em comunicado, o movimento alertou que os reféns “correm o risco de serem mortos e perdidos para sempre nas ruínas de Gaza”. Em Tel Aviv, ativistas instalaram uma grande placa com a palavra SOS e uma ampulheta na chamada Praça dos Reféns, simbolizando que o tempo está se esgotando.

No Sul de Israel, em Kiryat Gat, Silvia Cunio, mãe de dois reféns ainda em cativeiro, classificou a condução do conflito como “uma política patética”. “Já chega. Acabem com a guerra, tragam-nos para casa”, disse. Outra participante, Arbel Yehud, que já esteve em poder do Hamas, destacou a urgência: “Cada minuto é uma eternidade e cada segundo coloca em perigo a vida dos reféns”.

Vídeo divulgado pelo Hamas

Na véspera dos protestos, o Hamas divulgou um vídeo de mais de três minutos mostrando dois reféns em Gaza, entre eles Guy Gilboa-Dalal, que afirmou estar em cativeiro há 22 meses. As imagens, gravadas supostamente em 28 de agosto, mostram pedidos ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para evitar a ofensiva contra a Cidade de Gaza. A autenticidade do material não pôde ser verificada pelas agências internacionais.

O Exército israelense alertou as famílias que o Hamas pode intensificar o “terrorismo psicológico” com novas divulgações de vídeos, ao mesmo tempo em que reconheceu que a atual campanha militar aumenta o risco de morte dos reféns.

Balanço da guerra

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, após ataques do Hamas em território israelense, que deixaram 1,2 mil mortos e 251 pessoas sequestradas. Desde então, Israel mantém operações militares na Faixa de Gaza.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 64 mil palestinos foram mortos em quase dois anos de ofensiva, com ataques a casas, hospitais, escolas, universidades e abrigos. Diversos países e organizações de direitos humanos acusam Israel de genocídio e levaram o caso ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).

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