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A mais nova rodada das eleições japonesas resultou na perda da coalização da base governista na Câmara do Japão, neste domingo, 20. A antiga coalizão formada pelos partidos PLD e o Komeiko não conseguiram atingir o necessário para garantir o controle do governo, enquanto isso, o partido de extrema-direita, Japão em primeiro lugar, conquistou assentos na casa. 

Ao contrário do Brasil, o governo japonês é regido pelo parlamentarismo, em que os parlamentares são escolhidos pelo povo e os legisladores escolhem um membro para ser o primeiro-ministro para representar a nação. Sem a maioria, o governo do Primeiro Ministro Shigeru Ishiba é colocado sob a parede por não representar a maioria da Casa, contudo, o líder afirmou que deve manter-se no poder mesmo sem a coalizão. 

Ao todo, foram disputadas 248 cadeiras na Câmara Alta (similar ao Senado brasileiro), contudo, a base governista saiu com apenas 47 lugares.  

Em entrevistas com a rede pública NHK, Ishiba mencionou as negociações com o governo dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, e como podem ser afetadas caso não permaneça no poder. “Estamos envolvidos em negociações tarifárias extremamente críticas com os Estados Unidos. Nunca devemos arruinar essas negociações. É apenas natural dedicar nossa completa dedicação e energia para realizar nossos interesses nacionais.”

Em governos sobre o parlamentarismo, é praxe que os PMs se abdiquem do poder quando os partidos que o escolheram deixam de representar a maioria. Caso permaneça, os deputados podem lançar um voto de não confiança para forçar a renovação abertura da vaga, o que causa um estresse político para o PM deposto. 

Enquanto a base governista perdeu assentos, o partido de extrema-direita isolacionista Sanseito, com o slogan Japão em Primeiro Lugar, garantiu 14 vagas na Casa — por três anos, a sigla deteve apenas um assento. A legenda nasceu durante a Covid-19 com divulgações inflamatórias de teorias da conspiração no Youtube.

O líder do grupo, Sohei Kamiya, conhecido como “Trump Japonês”, afirma que o atual governo permitiu a estagnação econômica do país e fez uma dura campanha de oposição contra a antiga coalizão. Além disso, Kamiya levantou a bandeira contra a “silenciosa invasão” dos imigrantes e prometeu mais controle sobre as fronteiras.

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