Esquerda vence eleições na França, mas não completa maioria

08 julho 2024 às 11h24

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Neste último domingo, 7, de virada a frente de esquerda Nova Frente Popular alcançou o maior número de cadeiras na Assembleia Nacional da França pelas eleições legislativas. No entanto, a quantidade não é o suficiente para governar de maneira independente.
O segundo turno contou com cerca de 60% dos eleitores. A Frente Popular, representantes da esquerda, conquistaram 182 assentos. O grupo ‘Juntos’, que integra o centro e a coalizão governistas, tem 168 cadeiras. E a extrema direita, Reunião Nacional, possui 143 lugares no parlamento.
Para a extrema-direita, o aumento rápido do número de assentos obtidos pelo Reunião Nacional (RN), passando de 88 para 143, não foi suficiente para evitar a decepção. No primeiro turno, realizado há apenas uma semana, o partido de Marine Le Pen liderou todas as outras forças políticas e chegou a pensar que teria a maioria da Casa.
O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, do partido Juntos, também admitiu a derrota e anunciou que deixaria o cargo nesta segunda-feira, 8. Agora, será o presidente da França, Emmanuel Macron, quem escolherá um novo primeiro-ministro com base nos resultados dessas eleições. Ainda não se sabe quando isso acontecerá.

Mesmo ainda não tendo decidido se vão se unir, líderes do bloco de esquerda sugeriram que poderiam se juntar ao centro para alcançar os 289 assentos necessários para ter a maioria. Logo depois da Reunião Nacional, de Le Pen, conquistar 33% dos votos no primeiro turno, a Nova Frente Popular e o Juntos criaram uma barreira para impedir que a extrema direita chegasse ao poder.
A chance de um governo que una as duas forças ainda é incerta. Os dois blocos têm grandes desentendimentos em alguns temas, como a reforma da Previdência francesa. Jean-Luc Mélenchon, um dos líderes da esquerda francesa, disse que Macron deve admitir a derrota nas eleições e, além disso, criar alguma parceria com a NFP para formar o governo.
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