O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, pede para que as petrolíferas controlem o preço do barril do combustível a fim de não acarretar no aumento de preço para o consumidor. Desde o início do confronto entre Israel e Irã, o preço do barril subiu 15% em um levantamento feito com a tabela de preço do produto. A súplica foi feita no perfil do Truth Social, rede social da empresa do presidente, Trump Media. 

Na publicação, Trump afirma que as companhias irão “cair na mão do inimigo” com aumento de preços. “Gente, mantenham os preços do petróleo baixos. Estou de olho! Vocês estão caindo direto nas mãos do inimigo. Não façam isso!” O comentário vem após um possível fechamento do estreito de Ormuz pelo Irã.

Ormuz fechado

No domingo, 22, foi fechado o Estreito de Ormuz, rota estratégica para onde passa cerca de 20% do petróleo comercializado globalmente. A medida é uma resposta aos bombardeios ordenados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas e ainda precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.

Localizado entre Omã e o Irã, o Estreito é a principal via marítima para navios petroleiros no mundo. Seu fechamento representaria um duro golpe na logística global de energia e já provocou alta expressiva nos preços do petróleo.

Desde o início das ofensivas, na última sexta-feira, 13, o preço do barril tipo Brent subiu 13,5%, passando de US$ 69,36 para US$ 78,74. Já o petróleo WTI, referência nos Estados Unidos, avançou 10,9%, de US$ 66,64 para US$ 73,88. No primeiro dia de conflito, o salto intradiário chegou a 8%, um dos maiores desde 2022, quando a guerra na Ucrânia afetou o mercado energético.

Segundo analistas do JPMorgan, um fechamento fechado do estreito ou retaliações por parte de grandes produtores da região podem levar o preço do barril para a faixa de US$ 120 a US$ 130.

A 5ª Frota da Marinha dos EUA, baseada no Bahrein, é responsável pela segurança da navegação no Estreito de Ormuz. Após a escalada das tensões com o Irã, as embarcações comerciais foram orientadas para redobrar a cautela na região.

Esta não é a primeira vez que o Irã ameaça bloquear o estreitar. Em 2019, o país fez ameaças semelhantes após o então presidente Donald Trump retirar os EUA do acordo nuclear. Agora, Trump volta ao centro do conflito, ao ordenar os ataques recentes contra instalações nucleares iranianas, mesmo em meio à tentativa de negociar um novo acordo.

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