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O Congresso dos Estados Unidos não chegou a um acordo sobre o orçamento para o ano fiscal de 2026. O impasse entre democratas e republicanos levou à paralisação parcial do governo federal, o chamado shutdown, que começa nesta quarta-feira, 1º.

A medida interrompe o funcionamento de diversos departamentos federais até que o pacote de gastos seja aprovado. Serviços essenciais, como saúde e segurança pública, continuarão ativos, mas agências não prioritárias devem operar com pessoal reduzido ou suspender atividades.

Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), cerca de 750 mil funcionários podem ser afastados temporariamente, com custo diário de US$ 400 milhões em compensações. A Casa Branca já orientou os órgãos a elaborarem planos de demissão em massa.

Entre os impactos imediatos:

  • O Departamento de Estado informou que manterá menos da metade de seus contratados, mas seguirá emitindo passaportes e vistos.
  • A Receita Federal (IRS) anunciou que seus 74,5 mil servidores continuarão em atividade.
  • Companhias aéreas alertaram para atrasos e problemas nos voos, enquanto sindicatos de controladores pedem ao Congresso que evite maiores prejuízos.

As negociações travam, principalmente, em torno de subsídios ao programa Obamacare e cortes no Medicaid, exigências apresentadas pelos democratas.

O episódio remete ao início do primeiro mandato de Donald Trump, quando os EUA enfrentaram um shutdown de 35 dias, o mais longo da história, que gerou perdas de US$ 3 bilhões à economia.

Desta vez, além da paralisação de serviços, o país terá um “apagão de dados”. O Departamento de Trabalho já confirmou que não publicará o relatório de empregos de setembro, previsto para sexta-feira (3). A ausência da informação pode aumentar a incerteza sobre as decisões do Federal Reserve em relação a juros e política monetária.

Mercados financeiros também refletem o impasse, com oscilações registradas nas bolsas e no câmbio durante a terça-feira, 30.