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A China começou a construção da maior usina hidrelétrica do mundo, com o nome de Usina Hidrelétrica Motuo, que deve superar a geração de energia da Usina Hidrelétrica das Três Gargantas em até três vezes — a atual maior usina do mundo, com mais de 20 mil gigawatts. A obra deve ser feita ao longo do rio Yarlung Tsangpo, no território do Tibete, e levanta suspeitas dos governos da Índia e de Bangladesh sobre o controle dos recursos hídricos. 

A construção foi inaugurada por autoridades chinesas na tarde deste último sábado, 19, e deve custar mais de 1,2 trilhões de Yuan (cerca de R$ 930 bilhões). De acordo com Pequim, a obra deve priorizar a proteção ambiental para as comunidades que moram ao longo do percurso.  

Pressão internacional

A obra é criticada pela comunidade internacional desde que o projeto foi apresentado em meados de 2020 e aprovado pelo governo chinês em dezembro de 2024. Na época, Nova Deli e Pequim entraram em um confronto diplomático sobre o controle do percurso, que é responsável pelo abastecimento e fornecimento de energia de milhões de pessoas, desde indianos a bangladeses.

Em contrapartida, as autoridades chinesas afirmam que a barragem onde será localizada é de direito do governo chinês, enquanto a Índia afirma que a obra pode impactar a economia do país pela queda da geração de energia em outras barragens rio abaixo.

A pressão sobre os recursos hídricos é um dos maiores pontos contenciosos entre os governo da Índia e da China, especialmente sobre os territórios do Himalaia que fazem fronteira entre os dois países. O receio da comunidade internacional é que o projeto catalise um novo conflito ou novas incursões entre as duas nações.

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