China anuncia tarifas de até 42,7% sobre laticínios da União Europeia e reacende temor de guerra comercial
22 dezembro 2025 às 12h00

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Após um período de relativa calmaria em relação aos efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre grande parte do comércio global, a China reacendeu, nesta segunda-feira, 22, os temores de um novo agravamento da guerra comercial internacional.
O governo chinês anunciou que vai impor tarifas temporárias sobre produtos lácteos importados da União Europeia (UE), um dos maiores blocos econômicos do mundo. As alíquotas vão variar entre 21,9% e 42,7% e entram em vigor nesta terça-feira, 23.
De acordo com comunicado do Ministério do Comércio da China, a medida atinge uma série de produtos, incluindo queijos frescos e processados, queijo azul, além de alguns tipos de leite e creme. A decisão é resultado de uma investigação aberta em agosto do ano passado, a pedido da Associação Chinesa de Laticínios, sobre supostos subsídios concedidos aos produtores europeus. O processo deve ser concluído em fevereiro de 2026.
Segundo o governo chinês, as conclusões preliminares apontam uma possível ligação entre os subsídios europeus e “danos substanciais” à indústria chinesa de laticínios.
A iniciativa ocorre poucos dias depois de Pequim ter colocado em prática tarifas antidumping sobre importações de carne suína da UE, válidas por cinco anos. Essas taxas, que entraram em vigor no último dia 17, variam entre 4,9% e 19,8%.
A política antidumping é um instrumento de defesa comercial utilizado para combater o chamado dumping, prática em que produtos são exportados a preços artificialmente baixos para prejudicar a indústria local. Em geral, as medidas envolvem a aplicação de tarifas adicionais para encarecer o produto importado e restabelecer a concorrência com os fabricantes nacionais.

