Família em Goiânia enfrenta risco de despejo após casa ser interditada por vazamento de esgoto

16 outubro 2025 às 13h41

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Em 2024, a família Aquino teve a casa interditada após o rompimento de uma tubulação de esgoto da Saneago, no Setor Parque Atheneu, Região Leste de Goiânia. Desde então, o pedreiro Odair Aquino trava uma batalha judicial que pode resultar não apenas no despejo de sua atual moradia, mas também na perda definitiva do direito a uma casa.
O caso teve início no dia 31 de outubro de 2024, quando um problema de pressão na rede de esgoto provocou o vazamento de dejetos no subsolo do imóvel, ocasionando o deslizamento da estrutura e fissuras no piso e nas paredes. “Às 6h30 da manhã o chão da minha casa rompeu com a pressão do esgoto da rua. Afundou tudo na sala e na cozinha. A gente saiu correndo, mas só deu tempo de pegar a roupa de trabalho e buscar meu filho”, relembra Odair ao Jornal Opção.
Escute abaixo o relato de Odair:
Após os danos, a Defesa Civil e a Saneago interditaram o imóvel por risco de desabamento, mesmo após a companhia realizar a limpeza e o reparo da tubulação. Ainda assim, a família não recebeu indenização da estatal e segue com o processo na Justiça pelos danos materiais.
Sem ter onde morar, Odair se mudou para uma chácara alugada na zona rural, mas agora também corre o risco de ser despejado, conforme decisão expedida pelo juiz substituto Eduardo Álvares de Oliveira, em 29 de setembro deste ano.
O pedreiro conta que, em 2012, sofreu um acidente automobilístico que o deixou um ano afastado do trabalho, quando ainda atuava como motorista. A colisão causou uma lesão no tendão de Aquiles e o deixou com deficiência em uma das pernas, além de ter sua habilitação para moto revogada pelo Detran.
Confira imagens da casa:
Mesmo com a limitação física, Odair diz que nunca conseguiu se aposentar nem obter benefício assistencial, após ter o pedido de reconhecimento de deficiência negado. Ele entrou com uma ação revisional para tentar reverter a decisão, mas afirma ter descoberto que o próprio advogado contratado pela família atuava contra seus interesses. “Só em 2024 a gente descobriu que o advogado não mexia mais no processo. Ele vinha aqui e mostrava no computador que estava tudo andando normal”, relata.
Foi também nesse período que Odair tomou conhecimento de um outro processo, movido contra ele, pedindo a reintegração de posse da chácara onde morava. O mandado de despejo foi expedido sob a alegação de falta de pagamento do aluguel, o que ele contesta. “Nos colocaram como invasores de uma coisa que era nossa”, lamenta.
Enquanto isso, o processo de indenização contra a Saneago pela perda do primeiro imóvel segue sem previsão de desfecho. “Posso acabar com todas as minhas coisas na rua, sem ter para onde ir”, desabafa Odair.
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