OMS recomenda reduzir número de parceiros sexuais
28 julho 2022 às 09h04
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O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhou, nesta quarta-feira, 27, que homens que fazem sexo com homens – como gays, bissexuais e trabalhadores do sexo – reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à Monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos.
Na fala de abertura em uma entrevista sobre a doença, Tedros Adhanom Ghebreyesus também reforçou que “estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”. Ele pediu que comunidades e indivíduos se informassem e levassem os riscos a sério, além de tomarem as medidas necessárias para interromper a transmissão e proteger os grupos vulneráveis.
O diretor destacou que, “embora 98% dos casos até agora estejam entre homens que fazem sexo com homens, qualquer pessoa exposta pode pegar a varíola dos macacos”. “O foco para todos os países deve ser engajar e capacitar as comunidades de homens que fazem sexo com homens para reduzir o risco de infecção e transmissão posterior, prestar cuidados aos infectados e salvaguardar os direitos humanos e a dignidade”.
O conselheiro da OMS em programas sobre o HIV, Andy Seale, afirmou que a varíola dos macacos já é considerada uma doença sexualmente transmissível, mas ainda não está classificada formalmente como tal. “No caso da varíola dos macacos, não podemos simplesmente recomendar o uso da camisinha porque envolve o contato de pele com a ferida também. Por isso estamos recomendando redução do contato próximo”, informou Seale.
Tedros lembrou que, além da transmissão por contato sexual, a varíola dos macacos pode se espalhar nas residências por meio do contato próximo entre as pessoas, como abraços e beijos, e em toalhas ou roupas de cama contaminadas.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nota reforçando a necessidade de adoção de medidas “não farmacológicas”, como distanciamento físico, uso de máscaras de proteção e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus no Brasil.
Ainda, de acordo com a agência, essas recomendações protegem não só contra a varíola e a Covid-19, mas também contra muitas doenças infectocontagiosas. “Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças”, reitera a Anvisa.