Bastidores
Nenhum jornalista perguntou a Vanderlan Cardoso porque mais de 70% de seus negócios estão fora de Goiás. Na Bahia, Pará e Pernambuco. Como candidato a governador em Goiás, esperava-se que Vanderlan Cardoso, um empresário atilado, investisse um pouco mais no seu próprio Estado.
Há praticamente um consenso de que Iris Araújo deverá ter no máximo 100 mil votos nas eleições deste ano, ficando atrás, possivelmente, de Daniel Vilela (PMDB), Pedro Chaves (PMDB) e Lucas Vergílio (Solidariedade) Dependendo da vitalidade da coligação governista — que pode eleger 12 deputados federais — e do PT, que tende a enviar dois parlamentares para Brasília, a coligação PMDB/DEM/Solidariedade pode eleger apenas três candidatos. Os nomes mais cotados são os de Daniel Vilela, que deverá ser o mais bem votado do PMDB, de Pedro Chaves (PMDB) e de Lucas Vergílio (Solidariedade). Iris Araújo, como grande surpresa das eleições, pode ser derrotada. Daí seu desespero.
O curioso é que pelo menos 99,9% dos peemedebistas goianos ficariam satisfeitos e comemorariam a derrota de Iris Araújo. Sua rejeição no PMDB impressiona. Em Aparecida de Goiânia e Jataí, para citar duas cidades, é considerada persona non grata. Se pudessem, os peemedebistas proibiriam Iris Araújo de entrar na duas cidades.
Se Iris Rezende e Iris Araújo forem derrotados, portanto ficando sem nenhuma força política, o PMDB cairá facilmente nas mãos de Júnior Friboi. O empresário está acompanhando o processo político e divertindo-se com a “estagnação” de Iris Rezende.
Há quem acredite que o delegado Waldir Soares (PSDB) pode ser eleito deputado federal. Seu marketing, ancorado pela tema da segurança pública, tem dado resultados positivos. Waldir Soares tem um marketing agressivo e eleitores não ideológicas e cansados da violência urbana estão disponíveis para elegê-lo. Até a cúpula tucana começa a colocá-lo entre os 12 possíveis eleitos da base governista.
De um peemedebista: “Candidato a deputado estadual, Marlúcio Pereira, do PTB, deve ser eleito com os votos de Aparecida de Goiânia”. Há quem acredite que “será um dos mais bem votados”. Marlúcio está conseguindo atrair o eleitorado do grupo de Ademir Menezes e conta a falta de popularidade de Ozair José, candidato do PT.
Calcula-se que, enquanto o peemedebista Adib Elias (PMDB) deve obter cerca de 15 mil votos para deputado estadual, o jovem tucano Gustavo Sebba, ambos de Catalão, pode ser eleito com uma votação bem maior — de 40 mil a 50 mil votos, O problema de Adib Elias é que provavelmente só terá uma votação maciça em Catalão e, por isso, corre risco de não ser eleito. Consta, até, que já pensou em jogar a toalha, porque não está conseguindo pagar seus cabos eleitorais e teme ser derrotado e ficar endividado. Gustavo Sebba, pelo contrário, terá uma votação expressiva em Catalão, mas também em toda a região Sudeste e, até, em Goiânia.
Um dos mais brilhantes economistas brasileiros, com doutorado pela Universidade de Brasília (sobre o Mercosul), Jeferson de Castro Vieira, substitui o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauro Faiad, de 15 de setembro a 3 de outubro. O catalano Mauro Faiad está engajado na campanha do governador Marconi Perillo. De família de políticos em Catalão, é um verdadeiro leão na arte de pedir votos.
De um experimentado analista da política goiana: “Jorge Kajuru, do PRP, pode ter mil, 20 mil ou 200 mil votos. Sua votação é imprevisível”. O mesmo especialista avalia que Kajuru não é visto como um “personagem de Goiás” e isto pode ser um complicador eleitoral.
O PT deve eleger de três a quatro candidatos a deputado estadual, pela ordem: Humberto Aidar, Luis Cesar Bueno, Adriana Accorsi e Karlos Cabral. Cassiana Tormin, do Entorno do Distrito Federal, pode surpreender. Cabral tem reclamado da falta de dinheiro para tocar a campanha.
De um integrante do Solidariedade: “Nossa coligação tende a eleger Isaura Lemos, Carlos Antônio, Fabrício Marques e, quem sabe, Charles Bento. É provável que o deputado Francisco Gedda não seja reeleito”. Segundo o filiado do SD, Gedda, Leonardo Veloso e Gilsão Meu Povo não são fracos politicamente. “Mas não têm estrutura financeira. Sem Júnior Friboi, eles perderam terreno e, claro, o rumo.” Mesmo com poucos recursos, Leonardo Veloso faz uma campanha enxuta mas azeitada no Sudoeste de Goiás.
A base do governador Marconi Perillo aposta que deverá eleger pelo menos 26 deputados estaduais. O tucano-chefe quer formatar uma base coesa para ficar um pouco mais livre de pressões não-republicanas.
O interior de Goiás tem sido modernizado devido, em larga medida, ao agronegócio e à mineração. As duas atividades geram emprego e renda. Minaçu mudou com amianto. Alto Horizonte e Crixás, com o ouro. Barro Alto e Niquelândia estão em franca expansão. Já o agronegócio é a ancora verde da economia goiana e brasileira.
Candidato a senador, Ronaldo Caiado (DEM) está pedindo votos abertamente para Aécio Neves e Iris Rezende, de maneira acanhada, às vezes pede para Dilma Rousseff. O fato é que Caiado e Iris têm sido cada vez menos vistos juntos. O problema é, decerto, as alianças nacionais. “O PMDB quase não faz comícios porque Iris apoia Dilma e Caiado apoia Aécio”, afirma um peemedebista.
Não será nenhuma surpresa se, no segundo turno, o governador Marconi Perillo (PSDB) apoiar Dilma Rousseff e Iris Rezende (PMDB), para tentar obter o apoio de Vanderlan Cardoso, apoiar Marina Silva. Aí o PT ficaria numa saia justa. Porque prefere apoiar Iris Rezende, mas e se este ficar com Marina Silva ou se ficar neutro?