Plano Safra 2025/26 deve contar com apenas R$ 8 bilhões para o cultivo de baixo impacto climático

12 julho 2025 às 19h00

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Apesar de um recorde de R$ 600 bilhões para o Plano Safra 2025/26, apenas R$ 8 bilhões devem ser destinados para agricultores com cultivo de baixo impacto ambiental, segundo análise do Instituto Talanoa, divulgado no último dia 4. Ao todo, serão liberados R$ 605,2 bilhões para o setor produtivo, sendo R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar — o percentual para cultivo sustentável representa apenas 1% do montante.
Dos R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial, apenas R$ 8,15 bilhões serão reservados para o RenovAgro, linha de crédito destinado para práticas sustentáveis do cultivo agropecuário. Ainda de acordo com a instituição, os valores da nova edição são um aumento se comparado com o destinado nos planos safras anteriores de apenas 6%.
O RenovAgro foi integrado no Plano Safra 2023/24, primeiro ano da gestão de Lula, como uma evolução do Plano ABC (agora ABC+) para a diminuição dos impactos climáticos causados pela atividade econômica. Em 2025/26, a linha de crédito deve operar sob três frentes, o RenovAgro Demais, o RenovAgro Ambiental e o RenovAgro Recuperação.
As linhas integram ações em que o produtor deve planejar para ter acesso aos R$ 5 milhões de empréstimo por produtor com os juros subsidiados em até 10%. Ao todo, são sete ações previstas que devem contar no plano de produção, sendo: Recuperação de pastagens degradadas; Reposição de vegetação em áreas de preservação (APP e RL); Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF); Agricultura orgânica e agroecológico; Uso de bioinsumos e biofertilizantes; Implantação de energia renovável; Ações de prevenção e combate a incêndios florestais.
Além das atividades previstas, o produtor deve estar em conformidade com o Zoneamento Agrícola (ZARC), documento que reúne dados históricos de clima, solo e cultivos para definir a data e o local próprio para o cultivo de baixo impacto ambiental.
Para soja, por exemplo, o ZARC define zonas de risco de 20%, 30% e 40% para o plantio correto, caso o produtor queira acesso ao Seguro Rural ou ao Proagro, programa que subsidia parte do seguro privado e isenta os produtores rurais de dívidas em caso de perda climática. Na edição atual, os dois programas devem contar com quase R$ 7 bilhões de recursos da União.
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