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O estado de Goiás deve ser a 2ª unidade federativa que contará com uma lista própria de animais ameaçados de extinção. O projeto, considerado inédito, é chamado de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna do Estado de Goiás e utiliza as normas e protocolos da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). 

A empreitada é feita pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), através do Programa Biodiversidade Animal do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da universidade. Atualmente, existem dados apenas de animais ameaçados nacionalmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo o gerente de conservação, biodiversidade e fauna da Semad, Max Vinícius, o Estado objetiva avaliar o grau de risco de extinção de cada espécie presente em Goiás. Ao todo, a pasta quer ter uma abrangência das mais de 1,7 mil espécies de vertebrados que ocorrem com a presença dos cinco grupos faunísticos: mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, bem como as mais de 900 espécies de invertebrados dentro dos grupos das libélulas, aracnídeos, moscas e abelhas.

A partir disso, o especialista conta que o estudo se move em três fases distintas pelo uso de um sistema próprio da pasta chamado de BioData. A primeira etapa consistiu em uma consulta ampla com mais de 40 pesquisadores de dentro e fora do Estado sobre os animais — sendo cada consulta sobre um grupo específico. A consulta, segundo Vinícius, permite que “qualquer pesquisador, qualquer entusiasta, qualquer especialista de um grupo faunístico possa contribuir [com a lista]”, afirma.

Já a segunda etapa — que tem previsão de finalizar no final de 2025 — consiste em oficinas com especialista da área para um maior aproveitamento dos dados e revisão das espécies. Das oficinas realizadas foram sobre os grupos das odonatas (libélulas), anfíbios, abelhas e peixes (rivulídeos).

Após o término destes procedimentos iniciais é que deve começa a redação da lista — ao qual pretendem contribuir para o banco de dados do IUCN. Com isso, é esperado que até o final de 2026 a lista esteja disponível ao público e para à comunidade acadêmica. A expectativa é que a utilização da lista da IUCN possa trazer mais sustento à pesquisa. “Se a gente fizesse [a lista] de uma forma diferente [da IUCN], não ia ter validade científica e oficial.”

Estudo em Goiás

Como divulgado pelo Jornal Opção nesta última quinta-feira, 21, o Projeto Oasis, do Instituto Boitatá, procura catalogar e apurar as espécies de peixes da família dos rivulídeos em Goiás para identificar o estado de conservação. Uma parte do projeto incluiu a adição de espécies dos peixes apurados no sistema BioData, a fim de poder incluir os animais na lista vermelha. 

Esta adição consistiu a partir da Oficina de Avaliação de Riscos de Extinção de Peixes Rivulídeos de Goiás proposto pela Semad. 

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