Depois da repercussão negativa de reportagem do Jornal Opção que revelou que Projeto de Lei Complementar 07/2022 da Cidade de Goiás poderia retirar do município o título de Patrimônio Mundial, o prefeito Aderson Gouveia (PT) suspendeu a referida legislação. A lei em questão, caso ainda tivesse validade, permitiria o loteamento e chacreamento (construção de condomínios) em áreas de preservação ambiental.

Na mesma reportagem, a aposentada Silvia Patrícia Rodrigues Pereira da Paz, proprietária de uma gleba de terras no assentamento Paraíso há mais de dez anos, denunciou que há aproximadamente dois anos, homens tem a procurado com a intenção de passar uma estrada por dentro de suas terras. Seriam intermediários de Pablo Jorge Oliveira do Amaral, dono da fazenda que faz divisa com a terra dela.

Segundo Silvia, o fazendeiro estaria provocando uma devastação ambiental com a intenção de construir estradas para dar acesso aos terrenos que seriam parcelados e chacreados. Na época, a aposentada gravou um vídeo denunciando toda a situação de supostas irregularidades pedindo ajuda para as autoridades.

No entanto, Pablo Jorge negou o desmatamento. “Me multaram por um suposto desmatamento que, diante do tamanho da minha terra, é um pingo no oceano. Eu continuo dizendo que não desmatei, não abri nenhuma estrada, simplesmente limpei as que já existiam desde quando comprei a terra”, alegou.

O fazendeiro disse ainda que não tem intenção de lotear sua terra. Segundo ele, sua fazenda está à venda há três anos. O prefeito da Cidade de Goiás declarou que não há nenhum pedido de loteamento da Fazenda Casaca Preta na Prefeitura. “Não tem solicitação de licenças e liberação para a construção de nada nessa região, mas estamos em um processo de levantamento de toda essa história para municiar o Ministério Público que, juntamente com a Semad, já solicitou maiores informações”, explicou Aderson Gouveia.

Sobre as denúncias de ameaças Silvia, Pablo disse que “não é verdade” e cobrou provas. “Nunca ameacei ninguém, nem eu e nem meus funcionários, aliás, eu nunca vi nenhuma dessas pessoas pessoalmente. Eu os desafio a mostrar algum texto ou algum áudio dessas ameaças”, retrucou.

O Jornal Opção procurou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que até o momento não se posicionou sobre a questão.

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