Nos últimos anos, o setor hoteleiro tem crescido de forma lenta em Goiás, segundo Dados do Observatório do Turismo. O Observatório indica que Pirenópolis e Caldas Novas lideram a expansão, com aumentos de mais de 22% no número de leitos desde 2019. Já Goiânia apresenta crescimento modesto, de apenas 3,9% em cinco anos. O número de estabelecimentos também avança pouco e, em alguns casos, como em Caldas Novas, chegou a cair.

Relatórios do Observatório do Turismo revelam um cenário de crescimento no setor hoteleiro goiano, especialmente no número de leitos, no preço das diárias médias e na quantidade de unidades habitacionais (UH) — quartos ou apartamentos disponíveis. Os dados destacam Pirenópolis e Caldas Novas como os municípios que mais se beneficiaram desse avanço. Pirenópolis registrou um aumento de 22,5% na oferta de leitos, saltando de 7.699 em 2019 para 9.431 em 2024. Já Caldas Novas teve um acréscimo de 14 mil leitos entre 2019 e 2023, passando de 64.286 para 78.636, o que representa alta de 22,3%.

Em contraste, a capital goiana apresenta crescimento tímido. Goiânia passou de 17.994 leitos em 2017 para 18.696 em 2022, um avanço de apenas 3,9%. O número de estabelecimentos de hospedagem também evidencia disparidades regionais. Em Pirenópolis, a expansão foi de 11% nos últimos cinco anos, com aumento de 454 para 505 empreendimentos.

A situação é diferente em outras localidades. Goiânia registrou um crescimento quase estagnado, com a abertura de apenas três novos estabelecimentos no mesmo período. Caldas Novas, por sua vez, sofreu retração significativa na oferta, passando de 223 locais de hospedagem em 2019 para apenas 128 em 2023.

Mesmo assim, a rede hoteleira ainda enfrenta desafios estruturais, como falta de qualificação profissional, de modernização e de digitalização dos serviços. As carências limitam a competitividade do setor e a capacidade de atrair eventos e turistas, diz o Observatório.

Além disso, a acessibilidade continua sendo um gargalo: a maioria dos hotéis não possui quartos adaptados para pessoas com deficiência. Problemas como a escassez de empresas de receptivo e a falta de transporte entre destinos turísticos também dificultam o pleno desenvolvimento do setor. Apesar dos avanços em Caldas Novas, onde 95% dos empreendimentos já possuem site, a presença online ainda é baixa em outras cidades turísticas do estado.

Em resposta ao cenário, a Goiás Turismo preparou o programa Goiás Turismo Qualifica, voltado à capacitação de profissionais e guias, além de ações para fortalecer conselhos municipais, integrar roteiros e divulgar destinos em eventos nacionais e internacionais. O objetivo, segundo a agência, é transformar o estado em referência no turismo sustentável e competitivo, gerando emprego e renda, mas o setor ainda precisa de mais inovação e estrutura para alcançar todo seu potencial.