Projeto de urbanização do Parque das Laranjeiras é alvo de críticas de moradores e vereadores
26 novembro 2025 às 14h13

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O projeto de urbanização da região do Parque das Laranjeiras, apresentado pela vereadora Rose Cruvinel (UB) e aprovado pela Prefeitura de Goiânia, passou a enfrentar forte resistência de moradores e parlamentares da Câmara Municipal. Nas últimas terça e quarta-feira, 24 e 25, respectivamente, manifestações foram organizadas por moradores com apoio do vereador Fabrício Rosa (PT), que alerta para riscos ambientais e impactos na mobilidade urbana.
Segundo o parlamentar, a proposta foi construída sem diálogo com a comunidade e pode representar “afronta à preservação ambiental” ao provocar desmatamento, redução de áreas verdes e maior impermeabilização do solo, o que ampliaria riscos de alagamentos. Fabrício Rosa também criticou eventuais alterações nas calçadas, hoje utilizadas intensamente pelos pedestres. “As calçadas são usadas por idosos, cadeirantes, crianças, por pessoas com baixa mobilidade. Agora, ela quer reduzir essas calçadas usadas por essas pessoas para agradar uma pequena porcentagem de eleitores dela”, afirmou.
O parlamentar informou que deve ingressar com ação na Justiça para tentar barrar a execução do plano e cobrará a realização de audiências públicas para ouvir os moradores.
O que prevê o projeto aprovado?
A proposta inicial de Rose Cruvinel foi construída com representantes de comerciantes e parte dos moradores locais. O texto previa aproximadamente 290 vagas de estacionamento, distribuídas em galerias ao longo de avenidas e em lotes de áreas desabitadas — incluindo rotatórias e Áreas de Preservação Municipal (APMs).
Ao analisar o pedido, a Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo Estratégico (Seplan) produziu relatório técnico aprovando apenas uma das três frentes apresentadas: a criação de vagas em área estritamente comercial.
O espaço autorizado corresponde a um trecho de cerca de 400 metros da Avenida Flamboyant, entre a Praça das Mangueiras e o cruzamento com a Alameda dos Rouxinóis. O modelo seguirá o padrão adotado em outras vias requalificadas da capital, como as avenidas 136 e T-63, com o bloqueio do estacionamento à direita para implantação das vagas em formato de galerias.
O outro lado
Para Rose Cruvinel, o projeto atende a uma demanda antiga dos moradores por melhorias de infraestrutura no bairro, especialmente diante da transformação da Avenida Flamboyant em corredor comercial. “A avenida começou como ligação entre quadras, mas virou rua comercial com lojas e bares, o que superlotou o local. Muitas ruas não têm saída e tudo converge para a Flamboyant. Está ficando impossível a vida das pessoas no setor”, disse à reportagem.
A vereadora também nega qualquer risco de desmatamento. Segundo ela, as críticas de Fabrício Rosa se baseiam no esboço inicial da proposta — versão rejeitada pela Seplan — e não no projeto aprovado.
“O que temos hoje é um projeto enxuto, que não tira uma árvore, que não detona nada e que vai melhorar muito a vida da população e dos moradores. Essa denúncia de desmatamento é fake news espalhada pelo parlamentar”, afirmou.
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