*Com informações de Raunner Vinícius Soares

O programa Minha Casa, Minha Vida entregou, neste sábado, 25, 240 apartamentos no Residencial Íris Rezende III, no Conjunto Vera cruz, em Goiânia. O empreendimento, construído em parceria com o governo estadual e a prefeitura de Goiânia, é voltado para famílias de baixa renda, com renda mensal de até R$ 2,85 mil. A expectativa é de que 960 pessoas sejam beneficiadas com a entrega.

Durante a cerimônia, o prefeito Sandro Mabel (UB) destacou a importância da parceria e o impacto social do projeto. “Esse conjunto tem uma participação grande da prefeitura, com quase R$ 52 mil por unidade; tem da gestão estadual, por meio da Agehab (Agência Goiana de Habitação); e tem do Governo Federal. Isso permitiu que se fizesse um padrão dois, uma faixa dois, pagando pela faixa um. O financiamento é praticamente muito pequenininho”, afirmou.

Segundo Mabel, o município participou com recursos financeiros diretos e apoio técnico. A administração municipal entrou com cerca de 20% dos valores — aproximadamente R$ 52 mil por unidade — na entrada. O subsídio total deve chegar a R$ 150 mil por apartamento. O presidente da CCB Construtora, Wilton Machado, responsável pelo empreendimento, também ressaltou a parceria entre as três esferas de governo.

02dedee5-34e0-4404-bf47-b247d1342077
Subsídio total deve chegar a R$ 150 mil por apartamento com parceria | Foto: Raunner Vinícius Soares

O prefeito destacou ainda que o residencial oferece moradias com estrutura completa, áreas de lazer e unidades adaptadas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. “Essas pessoas estão vindo para uma moradia bem estruturada, construída por uma construtora com bom padrão de qualidade. Já tem síndico, tudo organizado. Esse tipo de apartamento é uma bênção na vida de qualquer um”, disse.

Em tom emocionado, Mabel lembrou a própria experiência ao conquistar a casa própria. “Hoje é uma emoção muito grande entregar essas chaves. Eu me recordo do dia em que também recebi a minha casa, comprei com carnê da Caixa Econômica grandão, e a emoção de abrir a porta e dizer: ‘isso aqui é meu’. Hoje, 240 famílias sentem essa emoção graças à união do Governo Federal, do governo estadual e da Prefeitura de Goiânia”, relatou.

Faixa de renda e subsídios

Os apartamentos são destinados a famílias com renda de até R$ 2,85 mil. Segundo o prefeito, o modelo de financiamento e o subsídio garantem o acesso à moradia para quem mais precisa.

“Aqui há famílias que ganham de R$ 2 mil a R$ 2,8 mil que, com esse salário, nunca conseguiriam adquirir um imóvel como esse. Então há um grande subsídio, e o Governo Federal tem feito um bom trabalho. O presidente anunciou mais R$ 150 bilhões para habitação, um valor enorme, que vai diminuindo o déficit habitacional do Brasil”, afirmou Mabel.

A gestão municipal também participa diretamente do investimento. “A Prefeitura de Goiânia, que é a mais pobrinha dos três entes, nesse caso entrou com a parte maior. Mesmo assim, somos felizes por poder ajudar. Tenho certeza de que essas pessoas estão agradecendo a Deus por essa oportunidade”, completou o prefeito.

Representando o ministro das Cidades, Jader Filho, o secretário Nacional de Habitação, Augusto Rabelo, ressaltou o alcance social do programa e a importância da parceria. “A União administra o programa Minha Casa, Minha Vida e o FGTS, permitindo que o governo estadual e a prefeitura apoiem na entrada do financiamento. Esse apoio é o que faz com que famílias da faixa 1, que ganham até R$ 2,8 mil, consigam financiar”, explicou.

Segundo ele, isso causa uma ‘revolução’ na vida das famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil. “Essas pessoas deixam de pagar aluguéis de R$ 1.000 para pagar prestações de R$ 600, R$ 500 ou até R$ 300”, detalhou Rabelo.

De acordo com o Governo Federal, só em Goiânia há R$ 3,3 bilhões em investimentos do programa, com 18 mil unidades habitacionais financiadas, das quais 30% são destinadas a famílias de baixa renda. “Somando com o Minha Casa, Minha Vida Entidades e o Minha Casa, Minha Vida Rural, chegamos a quase 20 mil unidades na capital”, informou o secretário.

Rabelo também destacou o padrão de qualidade das moradias. “Os apartamentos têm um padrão elevado. Exigimos qualidade nos materiais e um nível mínimo de infraestrutura, com áreas de lazer, parquinhos ou espaços de convivência, dependendo do terreno”, pontuou.

Ele acrescentou que a localização dos empreendimentos é um fator essencial: as moradias estão inseridas na malha urbana, próximas a escolas, creches e serviços públicos, com acessibilidade e transporte coletivo disponíveis.

8268f983-50ec-47a7-8feb-adcdc13b5706
Expectativa é de 960 pessoas sejam beneficiadas com o lançamento | Foto: Raunner Vinícius Soares

A gestão municipal também pretende ampliar o número de moradias nos próximos anos. “A Prefeitura de Goiânia tem incentivado muito e vamos fazer outras parcerias com construtoras, porque queremos construir 15 mil casas neste mandato. O déficit habitacional hoje é de 55 mil unidades. Se fizermos 15 mil, ainda faltam 40 mil, mas estamos correndo atrás”, afirmou Mabel.

Contemplados

Entre as famílias que realizaram o sonho da casa própria está Iasmin Furtado, 24 anos, garçonete e mãe solo de duas crianças. Visivelmente emocionada, ela descreveu o momento como “uma vitória”.

2a778892-3c5e-41fb-b8ab-b7903238aae3
Iasmin Furtado e os filhos | Foto: Raunner Vinícius Soares

“Eu sou mãe de duas crianças e nem tava esperando isso acontecer agora. Eu tô muito feliz, porque estava morando de favor na casa da minha mãe. Então tudo aconteceu na hora certa.” Para Iasmin, o novo lar representa mais do que um espaço físico: “Representa a liberdade, com certeza, uma liberdade vitoriosa na minha vida”.

Outra beneficiária, Lindalva Marques Cardoso, 45 anos, dona de casa, também celebrou a conquista ao lado da filha Bruna, de 11 anos. Segundo ela, receber as chaves do apartamento é sinônimo de segurança e dignidade. O imóvel, adaptado para a filha com deficiência, simboliza um recomeço.
“Você ter sua casa própria, você sabe que tá pagando, mas tá sempre diminuindo aquelas parcelas. Não é um aluguel constante, que você paga, paga e nunca termina. Vai chegar uma hora que eu vou parar de pagar, vai ficar tudo certo e é meu”, relatou Lindalva.

cefff10d-a5af-49dc-87b1-97cf64651dce
Lindalva Marques Cardoso e a filha, Bruna | Foto: Raunner Vinícius Soares

Antes da mudança, ela enfrentou períodos difíceis, morando de aluguel e depois em casa cedida. “A renda era muita. A gente passa por algumas humilhações, e hoje eu peguei a chave da vitória, que é o meu apartamento”, afirmou.

Vídeo: Raunner Vinícius Soares/Jornal Opção