A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) espera rescindir o contrato com a Loc Service Comércio e Serviços LTDA, responsável pela limpeza, manutenção e fornecimento de materiais nas unidades de saúde. Um processo administrativo foi aberto para apurar falhas na prestação dos serviços, e os gestores da empresa já foram convocados para prestar esclarecimentos. A expectativa é de que o processo resulte em uma rescisão e a empresa fique impedida de firmar novos contratos com a Prefeitura de Goiânia.

Segundo a SMS, a Loc Service é responsável tanto pela limpeza e manutenção das unidades quanto pelo fornecimento de insumos como papel higiênico, sabonetes, detergentes e papel toalha. Ao longo do ano, a pasta informou que a empresa tem sido reiteradamente notificada pela pasta em razão da má qualidade dos serviços prestados. Além de pontuar que o contrato foi firmado na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD).

“A SMS informa que a higienização das unidades de saúde e o fornecimento de materiais de limpeza são de responsabilidade da empresa Loc Service, contratada na gestão anterior. A pasta convocou os gestores da empresa para esclarecimentos, notificou a corporação e abriu processo para responsabilização da empresa pela má prestação dos serviços de higienização das unidades e por falhas na entrega de itens de limpeza. O processo pode acarretar a rescisão contratual e proibir a empresa de efetuar novas contratações com o poder público”, afirmou a pasta ao Jornal Opção.

O contrato, firmado em fevereiro de 2019 com vigência inicial de 12 meses, durante a gestão passada e com valor original de R$ 20,9 milhões, teve quatro Termos Aditivos realizados pela administração anterior, que renovaram sua vigência e elevaram o valor para mais de R$ 28,3 milhões no quarto aditivo. O contrato se encerrará apenas em março de 2026.

O Jornal Opção tentou o contato com a Loc Service Comércio e Serviços LTDA, mas não houve resposta. O espaço, no entanto, segue aberto para manifestações.

Unidades de saúde

O Jornal Opção esteve no Centro de Saúde (CS) José Egídio Martins, localizado no bairro Vila União. No local, foi informado que há falta de insumos básicos, incluindo sabonetes, detergente e até mesmo papel higiénico. Para sanar os problemas, os próprios funcionários estão custeando os produtos.

A mesma situação ocorre no Centro Integrado de Atenção Médico-Sanitária (CIAMS), no setor Novo Horizonte. O local passa por uma reforma que se arrasta desde 2024, sem empresa responsável pela conclusão. Enquanto isso, moradores da região manifestam receio quanto à possibilidade de fechamento definitivo da urgência e emergência da unidade.

Ao mesmo tempo, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde/GO) também denuncia que outras unidades de saúde na capital também passam pelo mesmo problema, incluído a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jardim Novo Mundo, UPA Jardim Curitiba e a UPA Jardim América.

Problemas trabalhistas

A presidente do SindSaúde/GO, Néia Vieira, contou ao Jornal Opção que o sindicato acompanha a prestação de serviços da empresa desde o início dos trabalhos. Além dos problemas relacionados aos serviços, ela destaca que a Loc Service enfrenta diversas dificuldades no pagamento dos próprios funcionários.

“Eles atrasam com frequência”, afirmou a líder sindical. “Quando efetuam o pagamento, é somente após uma paralisação, mas não cumprem os compromissos e criam uma situação humilhante para os funcionários”, acrescentou. Por isso, ela ressalta que o sindicato se posiciona a favor do rompimento do contrato com a empresa prestadora de serviços.

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