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Donos e instrutores de autoescolas realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira, 23, em frente à sede do Detran-GO, em Goiânia, em protesto contra o projeto do governo federal que propõe o fim da obrigatoriedade de frequentar autoescola para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O ato reuniu profissionais do setor de diferentes cidades do estado e contou com apoio da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto).

A categoria afirma que a medida, em consulta pública desde o início de outubro, pode provocar impactos econômicos e sociais significativos. Segundo estimativas da Feneauto, a mudança resultaria na demissão de cerca de 170 mil trabalhadores e no fechamento de aproximadamente 15 mil empresas em todo o país. Em Goiás, entidades do setor calculam que mais de 400 autoescolas podem ser afetadas.

Os manifestantes alertam também para riscos à segurança viária, defendendo que a retirada da obrigatoriedade compromete a formação dos novos condutores. A Feneauto argumenta que a educação no trânsito é uma política pública essencial para reduzir acidentes e preservar vidas, e que a ausência de formação adequada pode elevar o chamado “custo social dos acidentes”, estimado em R$ 80 bilhões anuais.

O Ministério dos Transportes, por sua vez, afirma que a proposta tem como objetivo reduzir custos e ampliar o acesso à CNH, principalmente para pessoas de baixa renda. O texto prevê que as aulas teóricas e práticas em autoescola se tornem facultativas, permitindo que o aprendizado ocorra com instrutores autônomos e em vias particulares, mantendo, porém, a exigência das provas teóricas e práticas aplicadas pelos Detrans.

O período de consulta pública deve durar 30 dias, e o governo estima que as novas regras possam entrar em vigor ainda em novembro. Enquanto isso, o setor de autoescolas promete intensificar mobilizações em todo o país contra a medida.